Por Odair Sene
A Casa de Portugal do Grande ABC, presidida por Carlos José Rodrigues, esteve presente na Câmara Municipal de Santo André, no ABC paulista, na noite de 19 de abril para a Sessão Solene realizada anualmente pela Câmara, em comemoração ao Dia da Comunidade Luso Brasileira, assim como o “22 de Abril – Descobrimento do Brasil”.
O evento é realizado pela Casa de Portugal em conjunto com a Câmara Municipal e com apoio do Conselho da Comunidade Luso Brasileira do Estado de São Paulo, entidade representada nesta noite pelo seu presidente Antonio de Almeida e Silva, que foi também o orador por parte da comunidade, enquanto por parte do executivo falou o Sr. Carlos Augusto Alves dos Santos (representando o prefeito Carlos Grana) e ainda pela Câmara falou o vereador Marcos Pinchiari.
Presidindo a sessão esteve a vereadora Bete Siraque, na mesa com o Marcelo Rocco, representando o Elos Clube, o representante do prefeito Sr. Carlos Augusto, o presidente do Conselho, Antonio de Almeida e Silva, o presidente da Casa de Portugal, Carlos Rodrigues e ainda o Paulo Freitas, representando o Cônsul de Portugal, Paulo Lourenço.
Na abertura da solenidade foi executado o hino de Portugal, depois do Brasil e foi exibido um vídeo promocional de Portugal no recinto (depois ainda teve a execução do hino da cidade).
Em sua fala e marcando seu último ano de mandato, o vereador Marcos Pinchiari iniciou exibindo uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que ficou ao seu lado durante todo o discurso. Ele revelou sua ligação familiar lusitana – neto de português – e divulgou muitos dados sócio-econômicos ligando Portugal ao Brasil nas últimas cinco décadas. Trouxe números divulgados pela Embaixada, números da emigração e muito falou sobre a formação da sociedade brasileira com a valorosa presença de muitos emigrantes. Muitas vezes o vereador enalteceu a presença portuguesa da formação de Santo André, a começar pelo próprio fundador da cidade, João Ramalho.
A novidade foram as homenagens para ex-presidentes da Casa de Portugal do ABC
Este ano a Sessão Solene teve mudanças em sua estrutura protocolar. Foi implementada a entrega de um diploma, como homenagem para personalidades ligadas à comunidade portuguesa, que tenham contribuído para a formação, o desenvolvimento ou com presença de destaque. As homenagens foram prestadas pelo executivo e os diplomas entregues pela presidente da mesa, vereadora Bete Siraque, e pelo vereador Marcos Pinchiari.
O primeiro homenageado a ser chamado foi o português Adelino de Sá, artista plástico residente em São Bernardo, foi um dos fundadores da Casa de Portugal e o primeiro presidente eleito. Depois foi anunciado diploma ao empresário José de Freitas, da Numatur Turismo, outro fundador da Casa, que não estava presente e foi representado pelo filho Paulo Freitas.
Na sequência o homenageado foi o próprio Paulo Freitas, que voltou à frente para receber seu diploma. Ele foi presidente da Casa por três gestões seguidas, e foi um dos responsáveis pelo crescimento da entidade e pela abertura dada aos descendentes que passaram a dirigir a casa, é um líder associativo reconhecido. Depois teve uma homenagem póstuma ao ex-presidente André da Silva Magalhães, quem recebeu este reconhecimento foi a filha Lílian Magalhães Fudoli, também ligada à diretoria da casa e que esteve presente com vários familiares.
Outra homenagem póstuma com muito mérito foi dada ao Sr. Joaquim Esteves da Silva, antigo dirigente que foi o terceiro presidente da história da casa. Foi comerciante em São Bernardo, dono do tradicional “Restaurante das Colônias” e um português muito querido no seio da comunidade local. Joaquim Esteves foi representado pela esposa Dona Euvira.
A presidente da mesa, Bete Siraque prestou ainda uma homenagem para a Casa de Portugal do Grande ABC, entregando ao presidente Carlos Rodrigues uma placa alusiva ao Dia da Comunidade Luso Brasileira.
O orador representante da comunidade portuguesa foi o Dr. Antonio de Almeida e Silva, que falou sobre o significado da data “22 de Abril”, como sendo (desde o ano de 1500), a data que representa o início de uma epopéia que se prolonga até nossos dias “e que se concretizou nesta magnífica realidade que é esta potência emergente, este país continente: Brasil”, disse ele que defende a tese de que a data significa antes de tudo uma reflexão, um pensamento, uma avaliação das consequências do extraordinário feito dos navegadores que vieram criar a civilização luso-brasileira, que resultou na criação desta potência emergente, um dos maiores países do mundo. Tudo graças às excepcionais potencialidades de um povo, pequeno em território, mas grande em audácia e querer. E como conseqüência, disse, vemos hoje um país com mais de 200 milhões de habitantes que caminha a par com seu irmão mais velho, o velho e pequeno Portugal, de dez milhões de habitantes. Ao final o orador Almeida e Silva encerrou citando “acontecimentos graves” ocorridos em muitas partes do mundo, rogando que ultrapassemos as dificuldades que hoje nos afligem, sejam econômicas, sociais ou políticas.
Por fim ainda teve a participação do representante do prefeito (Carlos Grana), o Sr. Carlos Augusto Alves dos Santos, que falou aos presentes em nome do prefeito, valorizou muito as boas relações entre a comunidade e o poder público da cidade, e disse que antes de ser uma obrigação legal, pela lei regimentar da Câmara, a casa certamente manteria, independente de lei, essa homenagem à comunidade portuguesa, sendo uma questão não de lei, mas de agradecimento aos portugueses. “Independente da questão legal, a casa sempre vai manter por questão de gratidão”, assim como o executivo também manterá (sempre) a homenagem anual ao fundador João Ramalho, reforçando ainda o recado do prefeito dizendo que a estátua do fundador será retirada do piso inferior do Paço e será instalada no outro lado, na frente do Paço, de frente para a Avenida Portugal (atendendo uma reivindicação da comunidade portuguesa).
Com comando protocolar do Felipe Breda, a palavra retornou para a presidente da mesa, Bete Siraque, proceder o encerramento. Antes ela ainda fez referencias as sua ligações com a Casa de Portugal, o ambiente elogioso e respeitoso, a culinária, a cultura, etc. Após o encerramento da solenidade tivemos um coquetel no saguão de entrada da Câmara patrocinado pela Casa de Portugal do Grande ABC.
