Sessão Solene marca “Dia da Comunidade Luso-Brasileira” em Santo André

Por Odair Sene
Mundo Lusíada

No último 19 de abril, a Câmara Municipal de Santo André (no ABC paulista) sediou uma Sessão Solene em comemoração ao Dia da Comunidade Luso-Brasileira. O evento foi presidido pelo vereador Pedrinho Botaro e o orador foi o Dr. Marcos Pinchiari (também vereador), ambos do PSDB.

Já em representação da comunidade portuguesa, o orador foi o Prof. Ricardo Magalhães, diretor da Casa de Portugal SP; e membro do Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

A mesa foi composta pelo protocolo com o vereador Pedrinho Botaro, presidente da Sessão; Carlos José Rodrigues, vice presidente da Casa de Portugal do Grande ABC; Oscar Augusto Ferrão Filho, presidente do Lar da Provedoria Portuguesa, representando também o presidente da Casa de Portugal de São Paulo (Com. Antônio dos Ramos); Márcia Maria Rodrigues, presidente do Elos Clube do Grande ABC; e o orador Dr. Marcos Pinchiari;

A solenidade teve em sua abertura a apresentação da Banda Lira que executou os hinos de Portugal, do Brasil e de Santo André. Em seguida o orador Marcos Pinchiari falou começando por ressaltar o período de pandemia que paralisou as solenidades como os eventos em geral e marcou um período triste por muitas perdas.

Abordando o tema “comunidade” o orador disse que vive a luso brasilidade em seu dia a dia porque se trata da sua origem “para falar precisa sentir o que é ser português”, disse ele lembrando que, assim como o presidente da sessão, Pedrinho Botaro, ele também é descendente de portugueses.

“É impossível falarmos de Portugal sem falarmos de Brasil, e é impossível falarmos de Brasil, sem falarmos de Portugal”, assim ele falou sobre a emigração, a vinda dos antepassados e suas lutas diárias no país de acolhimento para vencerem, como aconteceu com mais de 2 milhões e 256 mil portugueses que vieram para o Brasil “a casa do português no estrangeiro”, disse.

Emocionado ao final, o orador Marcos Pinchiari agradeceu a Deus por ter nascido numa família portuguesa. “Agradeço a Deus por ter permitido que eu nascesse numa família de portugueses”.

A Solene contou com homenagens para Gilmar Rossi: Conselheiro da Casa de Portugal do Grande ABC, José Alves Pardal: Presidente da Sociedade Beneficente e Recreativa Seixas da Beira, em Ribeirão Pires, Maria do Céu Pardal Rodrigues: sócia da Casa de Portugal do Grande ABC, do Elos Clube e da Beneficência Portuguesa de São Caetano do Sul, Maria Sara Monsanto Glória: membro da Casa de Portugal, e Raul da Cruz Duarte: empresário no ramo de bebidas, postos de gasolina e panificação.

Além disso, o evento também contou com a presença do skatista hexacampeão mundial pela World Cup Skateboarding, tricampeão europeu e medalha de ouro nos X Games, Sandro Dias, mais conhecido como Mineirinho.

Por fim falou o orador representante da comunidade portuguesa, o Prof. Ricardo Magalhães, que começou saudando o “Dia do Descobrimento do Brasil” e também o “Dia da Comunidade Luso Brasileira”, lembrou da viagem das caravelas comandadas por Pedro Álvares Cabral no período das grandes navegações, com especial destaque para a chegada ao Brasil em 22 de abril de 1.500, numa expedição composta por 13 embarcações e cerca de 1200 homens. O primeiro ponto do Brasil avistado pelos portugueses foi a região do Monte Pascoal, na Bahia, exatamente no dia 22 de abril de 1500.

Magalhães deu enfoque para a carta de Pero Vaz de Caminha encontrada somente depois do grande terremoto que atingiu Lisboa destruindo boa parte da capital portuguesa em 1º de novembro de 1755, se referindo ao documento como sendo o “testamento de nascimento do Brasil e do encontro entre os portugueses e os nativos”, disse sugerindo para que, quem esteja em Portugal, vá até a Torre do Tombo, Arquivo Nacional, onde está a carta original (o visitante pode – inclusive – pedir uma cópia) “façam isso porque é emocionante”, referiu dizendo que pode-se baixar também um PDF da carta pelo Google.

Ricardo também destacou a conquista dos ares, para além dos mares, lembrando da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, por um descendente de Pedro Álvares Cabral, o aviador Artur de Sacadura Cabral, que realizou a façanha considerada à época, a maior epopeia dos ares, e que pode ser conhecida em detalhes no Relatório da Travessia do Atlântico Sul, cujo original encontra-se no Arquivo Histórico da Marinha de Portugal.

O orador também valorizou a união maior da luso brasilidade se referindo ao fundador da cidade João Ramalho que se casou com a índia Bartira e, por isso, Magalhães chamou Santo André de “a terra mãe – não dos paulistas – mas dos brasileiros”, sendo Porto Seguro a “terra mãe do Brasil” e Santo André a “terra mãe dos brasileiros”, citando o nascimento da “luso brasilidade” exatamente na união do português João Ramalho com Bartira.

O presidente da Câmara e da Sessão, Pedrinho Botaro, fez seus agradecimentos e procedeu ao encerramento da solenidade, que teve exibição de vídeos e mais apresentação da Banda musical.

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