Série sobre a ditadura centrada em Guimarães começa a ser filmada em março

Comemoração dos 40 anos da Revolução dos Cravos em Lisboa, 25 Abril de 2014. Foto: JOSE SENA GOULAO/LUSA

Da Redação com Lusa

A série televisiva “Daqui Houve Resistência”, baseada em factos e personalidades reais dos últimos 13 anos da ditadura, vai ser filmada a partir de março em Guimarães e nas envolventes de Braga, Vila Nova de Famalicão e Fafe.

“Daqui Houve Resistência” é uma série para televisão, baseada em factos e personalidades reais, sobre a resistência e luta antifascista, centrada a norte de Portugal, durante os 13 anos que antecederam o 25 de Abril de 1974. Esta série de cinco episódios para a RTP 1 abarca os últimos 13 anos da ditadura de Salazar/Caetano, (1961-1974), centrando-se em Guimarães, e nas envolventes de Braga, Famalicão e Fafe”, refere uma proposta discutida hoje em reunião de Câmara de Guimarães.

A proposta, aprovada por unanimidade, prevê, nomeadamente, apoio logístico e 20 mil euros “para alojamento, em Guimarães, de atores e equipes técnicas”.

“Este projeto conta já com o apoio de diversas entidades, desde o Ministério da Cultura, através do Instituto de Cinema e Audiovisual, da RTP, do Turismo de Portugal, da Associação 25 de Abril e da Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, entre outros. Encontra-se já em fase de pré-produção, estando as filmagens previstas para o período entre março e junho de 2024, no município de Guimarães”, refere o documento.

A proposta contempla também a atribuição, à Olho de Vidro – Associação Cinematográfica de Guimarães, de apoios destinados a viabilizar a produção local da série televisiva, “a entregar à RTP em novembro de 2024”, e com data de estreia a definir pela estação pública.

A autarquia de Guimarães justifica o apoio com “o interesse público de que se reveste a concretização” da série televisiva, no ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril.

“E por proporcionar o conhecimento e registo para a posteridade da ação dos vimaranenses que porfiaram, com altos custos pessoais, familiares e profissionais, pela conquista da liberdade. (…) Ao contrário do que resulta da divulgação mais corrente, nesta região do país inúmeros grupos de resistentes lutaram de modo persistente e organizado pela Liberdade, sem dar tréguas às forças do regime, sempre com elevados custos”, frisa o município.

O projeto é uma adaptação cinematográfica baseada no livro documental “25 – Guimarães Daqui Houve Resistência”, de César Machado, e pretende ser uma homenagem e um tributo a participantes ativos, mais ou menos anônimos, na mudança de paradigma político, refere a autarquia.

“Em poucos locais, como no distrito de Braga, o combate foi tão intenso, duradouro, consequente, abrangente e diversificado, e, sobretudo, com tão alto preço que tantos aceitaram pagar. Guimarães não é o ponto de partida da ação por fatores simbólicos ligados ao ‘berço da nacionalidade’, tão aproveitado pelo Estado Novo como símbolo de uma certa identidade nacional — a razão está antes no que pode ler-se no livro “25 — Guimarães, Daqui Houve Resistência” de César Machado, que contém 25 testemunhos reais de resistentes que lutaram nesta região ou que daqui partiram para travar as suas lutas em Coimbra, Lisboa ou Paris, ou que para aqui vieram travar o seu combate clandestino”, lê-se ainda na proposta.

 

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