Mundo Lusíada
Com agencias
Uma comissão do Senado brasileiro, que investiga as denúncias de corrupção no futebol, aprovou quarta-feira o levantamento do sigilo bancário do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin.
Marin, detido na Suíça no âmbito do escândalo de corrupção na FIFA, aguarda ainda pela decisão das autoridades helvéticas sobre o pedido de extradição para os Estados Unidos da América.
Para já, o antigo líder da CBF terá as contas a ‘descoberto’, nos registros relativos aos movimentos bancários entre março de 2012 e maio de 2015, quando foi detido.
Nos Estados Unidos, Marin, que exercia atualmente o cargo de vice-presidente da CBF, é suspeito de lavagem de dinheiro, conspiração e fraude bancária.
O senador Paulo Bauer, que solicitou o levantamento do sigilo bancário a José Maria Marin, explicou que o objetivo desta medida é investigar possíveis indícios de irregularidades em contratos comerciais.
“De acordo com o relatório da denúncia feita pelo Departamento de Justiça dos EUA, embasado em forte conjunto probatório, acusa o dirigente brasileiro de ter recebido como suborno duas parcelas de US$ 3 milhões, de um total de R$ 15 milhões prometidos pela empresa uruguaia Datisa, sócia da empresa de publicidade esportiva Traffic, que pertence ao empresário José Hawilla, também denunciado pela promotoria estadunidense”, diz Bauer em seu requerimento.
José Hawilla, proprietário da Traffic, empresa que detém a maioria do capital da SAD do Estoril-Praia, é outros dos brasileiros detidos a pedido das autoridades norte-americanas, no âmbito da mesma investigação à FIFA.
Durante a reunião, o presidente da comissão, senador Romário (PSB-RJ), retirou da pauta requerimentos que previam a convocação de Del Nero e de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. “Este ainda não é o momento adequado para chamá-los a depor perante a comissão. Esses depoimentos serão mais úteis à CPI quando tivermos uma quantidade maior de documentos e informações para inquiri-los”, disse.
Na próxima quarta-feira (30), a CPI fará audiência pública para ouvir, como convidados, os presidentes da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Rocha Carneiro Bastos, da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Lopes; da Federação Mineira de Futebol, Castellar Modesto Guimarães Neto; da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Barros de Carvalho; e da Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo, Gustavo Vieira.
A FIFA foi abalada por este escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de de Joseph Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou já a acusações a 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, marcadas para 26 de fevereiro.
O príncipe jordano Ali bin Al Hussein, antigo vice-presidente da FIFA, o francês Michel Platini, presidente da UEFA, o sul-coreano Chung Mong-Joon, também antigo vice-presidente da FIFA, e o ex-futebolista brasileiro Zico já anunciaram que são candidatos.