Selo vai identificar no exterior produtos agro de origem brasileira

Foto Arquivo: Carlos Silva /MAPA

Da Redação

O governo brasileiro apresentou o selo Brazil Agro – Good for Nature do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, voltado para produtos da pauta de exportações do país, no dia 23 em São Paulo, durante o evento internacional Global Agribusiness Fórum 2018.

O objetivo do selo é associar produtos do setor a sua origem, a condições de qualidade, de sustentabilidade e de padrões internacionais.

A identificação faz parte de uma política de incentivo à abertura de novos mercados, por meio de um plano continuado de negociações internacionais, que visa consolidar a imagem do Brasil como produtor e exportador de produtos seguros para os consumidores. É uma das medidas voltadas para atingir a meta de elevar a participação do Brasil no mercado mundial de alimentos dos atuais US$ 96 bilhões para cerca de US$ 146 bilhões.

O desenvolvimento do selo foi discutido com empresários na sede da FIESP, em junho. A apresentação na sede da entidade, à época, fez parte de exposição sobre a Estratégia para Abertura, Ampliação e Promoção no mercado internacional do agro brasileiro.

Entre as exigências para obtenção do selo, estão as boas práticas e o bem estar animal, o cumprimento da legislação, a conformidade internacional, que inclui a execução de programas de integridade (compliance), o uso sustentável dos recursos e a preservação do meio ambiente.

Durante palestra no evento, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que nove associações que representam dezenas de empresas demonstram interesse em aderir ao selo.

Próximos dez anos

Nos próximos dez anos, o Brasil vai produzir 70 milhões de toneladas de grãos a mais, segundo Maggi, saltando de 232 milhões de toneladas para uma safra de 302 milhões t em 2027/2028, puxadas principalmente pela soja (156 milhões t) e milho (113 milhões t), incremento de 30%.

As carnes (bovina, suína e de frango) devem passar de 27 milhões t para 34 milhões t, em alta de 27% (+7 milhões t) no mesmo período.

“O uso crescente de tecnologia, como plantio direto na palha, de sementes certificadas e novos métodos de cultivo, têm sido responsável pelo aumento da produção agrícola (30%) e corresponde ao dobro da variação de área de grãos (+14,5%)”, explicou o ministro, ao comentar a projeção agropecuária para a safra 2027/2028.

Maggi destacou ainda o fato de que a área usada para a agricultura não vai aumentar nem 15%. A pecuária também tem introduzido novas tecnologias em escala crescente. O uso de raças melhoradas, uso de medicamentos, controle de cruzamentos, boas práticas de manejo, entre outras técnicas e procedimentos, têm contribuído para o desempenho e a melhoria da produção.

Os números integram o estudo da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Secretaria de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (SIRE/Embrapa).

A pesquisa envolveu dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Embrapa, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), FAPRI (Food and Agricultural Policy Research Institute) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture/USDA, sigla em inglês).

Cadastro ambiental

O ministro divulgou dados da Embrapa a partir de novas inserções de imóveis ao Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), que está sendo finalizado, que revelam o papel de produtores na preservação ambiental. Agricultores, pecuaristas, silvicultores e extrativistas destinam à preservação da vegetação nativa mais de 218 milhões de hectares, o equivalente a um quarto do território nacional (25,6%), de acordo com a Embrapa Territorial.

Os números foram levantados a partir das informações do SiCAR pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Na média, cada produtor rural utiliza apenas metade de suas terras, de acordo com os dados. A outra metade é ocupada com áreas de preservação permanente (às margens de corpos d’água e topos de morros), reserva legal e vegetação excedente. O centro de pesquisa estimou o valor do patrimônio fundiário imobilizado em preservação ambiental e chegou à cifra de R$ 3,1 trilhões.

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