Da Redação
Com Lusa
Será tudo ou nada para a seleção portuguesa de futebol que disputa, em dois jogos contra a Suécia, uma vaga para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Os confrontos são pela zona europeia de qualificação para o Mundial cuja primeira partida acontece na sexta, 15 em Lisboa.
Os 24 jogadores convocados pelo técnico Paulo Bento, entre os quais se destaca o estreante William Carvalho, meia do Sporting. O atacante Cristiano Ronaldo, “capitão” e figura de proa da equipa portuguesa, tal como acontece com Zlatan Ibrahimovic na seleção sueca, figura entre os convocados de Paulo Bento, que terá de reavaliar alguns casos de jogadores a recuperar de lesões, como João Pereira e Fábio Coentrão.
Os “eleitos” de Paulo Bento para a decisiva dupla jornada de qualificação já realizaram treinamentos à porta fechada, mas com os 15 minutos iniciais abertos aos órgãos de comunicação social.
Portugal recebe a Suécia na sexta-feira, no Estádio da Luz, em Lisboa, em jogo com início às 19:45 horas (de Lisboa – 17:45h de Brasília) e arbitragem do italiano Nicola Rizzoli, voltando a defrontar a seleção escandinava quatro dias mais tarde, em 19 de novembro, em Solna, num encontro que será dirigido pelo inglês Howard Webb.
Quem vencer na eliminatória estará classificado para a fase final do Campeonato do Mundo de futebol de 2014, que se vai realizar no Brasil, entre 12 de junho a 13 de julho.
Estatística não favorece
A seleção portuguesa de futebol tem um registro desfavorável nos confrontos com a Suécia, mas os “resultados práticos” são bem mais favoráveis, pois foi à custa dos escandinavos que Portugal chegou aos Mundiais de 1986 e 2010.
Com seis derrotas, outros tantos empates e três vitórias, um saldo negativo de 24-14 entre gols marcados e sofridos, o balanço é tudo menos animador nos embates com a adversária nos “play-offs” da zona europeia de qualificação para o Mundial2014, que não perdeu um único dos sete jogos disputados em Portugal.
Apesar de os números apresentarem uma perspectiva inicial desanimadora, a estatística presta-se a outra análise: as duas seleções mediram forças em cinco fases de apuramento e Portugal levou a melhor na corrida aos Mundiais de 1986 e 2010, tendo-se ambas “anulado” no caminho para os Europeus de 1968 e 1988 e o Mundial de 1982.
Além disso, o último sucesso dos escandinavos aconteceu há quase 30 anos, em novembro de 1984, e, desde essa data, Portugal conquistou duas vitórias tangenciais e averbou cinco empates – três dos quais sem golos – o que dá nota do equilíbrio que se tem registado nos últimos tempos entre as duas seleções.
A formação lusa tem sabido responder na mesma moeda à superioridade evidenciada pelos nórdicos na condição de visitante, com um registro de três vitórias, três empates e apenas duas derrotas nas deslocações à Suécia, pertencendo-lhe inclusive o último triunfo, em 2002, em Gotemburgo.
Dois gols de José Águas foram insuficientes para que a equipe das “quinas” evitasse ser goleada por 6-2 no primeiro confronto, num particular disputado a 20 de novembro de 1955, no Estádio Nacional, e o desfecho voltou a ser o mesmo três anos mais tarde, em Gotemburgo, ainda que de forma mais moderada (2-0).
No rescaldo do sensacional desempenho no Campeonato do Mundo de 1966, em que chegou ao terceiro lugar, Portugal conheceu a mesma sorte na primeira partida oficial, da fase de qualificação para o Europeu de 1968, ao perder por 2-1, em Lisboa, com o tento luso a ser marcado por Jaime Graça.
Um gol de Custódio Pinto valeu o empate 1-1 alcançado em Solna, mas a seleção nacional não foi além do segundo lugar do Grupo 2, atrás da apurada Bulgária e à frente da Suécia, cenário que se repetiu na qualificação para o Mundial de 1982.
Portugal foi batido por concludente 3-0, em Solna, e em Lisboa de pouco valeu o remate certeiro de Pietra, pois a equipe lusa perdeu por 2-1 e terminou no quarto e penúltimo lugar do Grupo 6, vencido pela Escócia. Os suecos foram terceiros.
A história foi diferente na corrida ao Mundial de 1986, pois, apesar de ter sofrido mais um desaire caseiro (3-1, com Jordão a amenizar o peso da derrota), conquistou um precioso triunfo na Suécia, por 1-0, graças ao gol de Fernando Gomes, um “pequeno milagre” antes do operado por Carlos Manuel em Estugarda, na vitória por 1-0 sobre o “colosso” RFA.
As duas seleções voltaram a ficar pelo caminho na qualificação para o Europeu de 1988, num grupo conquistado pela inacessível Itália, com Portugal a continuar sem ser capaz de aproveitar a vantagem de atuar em casa (1-1, no Estádio Nacional, com gol de Coelho), mas a alcançar o segundo sucesso na Suécia, por 1-0, de novo graças à eficácia de Fernando Gomes.
Os três particulares seguintes serviram para “compor” um pouco mais o balanço, tendo-se saldado por dois empates (0-0 em Gotemburgo e 2-2 em Coimbra, com tentos de Pauleta e Nuno Gomes) e mais um triunfo em solo sueco, por 3-2, materializado por Sérgio Conceição, Romeu e Rui Costa.
O equilíbrio que marcou as últimas décadas ficou expresso no apuramento para o Mundial de 2010, com “nulos” nos dois jogos do Grupo 1, em Solna e no Porto, que ajudaram Portugal a terminar no segundo posto, atrás da Dinamarca, ganhando o acesso à fase final através dos “play-offs”, enquanto a Suécia, terceira colocada, ficou outra vez de fora.
Os jogos terão exibição em São Paulo
Os dois decisivos jogos da seleção de Portugal serão exibidos em telão no Salão Nobre da Casa de Portugal de São Paulo onde pretende reunir a comunidade portuguesa local para engrossar a torcida. As duas transmissões na casa acontecem nos dias 15 e 19 de novembro. A partir de 17 horas.