Da Redação
Com Agencias
O primeiro-ministro português anunciou que os inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vão passar a embarcar no último porto antes da acostagem em Lisboa, fazendo a tramitação de controle dos passaportes dos turistas de cruzeiros.
“O SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] vai passar a adotar a prática de ter inspetores embarcados no último porto de origem, de forma a que o controle se faça ainda a bordo. Isso permitirá aos passageiros já estarem controlados quando acostam em Lisboa”, salientou o líder do executivo.
De acordo com António Costa, com esta solução, “a partir do momento em que o barco acoste em Lisboa, os turistas terão todo o tempo disponível para poderem usufruir da cidade, não perdendo tempo em tramitações burocráticas”.
António Costa falava após a cerimônia de inauguração do novo terminal de cruzeiros de Lisboa, em Santa Apolónia, numa sessão em que estiveram também presentes o presidente da Câmara da capital, Fernando Medina, a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, e os ministros do Mar, Ana Paula Vitorino, da Economia, Caldeira Cabral, e da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Na sua intervenção, de cerca de dez minutos, o primeiro-ministro referiu-se a uma solução considerada inovadora que poderá contribuir para atenuar o problema de falta de inspetores do SEF nas ações de controlo dos passaportes, sobretudo no que se refere aos passageiros provenientes de fora do espaço Schengen da União Europeia.
António Costa agradeceu ao SEF “toda a cooperação” que permitiu a inauguração do novo terminal de cruzeiros de Lisboa – uma obra do arquiteto Carrilho da Graça, cujo projeto representou um investimento de 23 milhões de euros – mas também “o passo inovador dado que agilizará toda a tramitação dos turistas provenientes fora do espaço Schengen” da União Europeia.
“Este é um bom exemplo de como a inovação é sempre possível e necessária”, acrescentou, numa alusão ao objetivo de melhores práticas na administração pública portuguesa.
O Peso dos Cruzeiros
“O turismo tem hoje um peso enorme na nossa atividade econômica, mas tem ainda muito para dar”, representando 7% do PIB e 18% das exportações, “o que significa que ainda há potencial para reforçar o peso deste setor”, disse Primeiro-Ministro António Costa, durante a inauguração do terminal.
O Primeiro-Ministro realçou a necessidade de políticas para aumentar a atratividade do turismo, através da diversificação de oferta que contrarie a sazonalidade, para mostrar que Portugal não é apenas destino de sol e praia. “Pelo contrário, é possível o turismo gerar riqueza 365 dias por ano, exemplo disso é o turismo de congressos, com a Websummit”, acrescentou António Costa, referindo-se à maior cimeira tecnológica do mundo, que decorreu pelo segundo ano consecutivo em Lisboa.
“Também o turismo de cruzeiros tem um enorme potencial de crescimento. Na última década, esta atividade aumentou 62%, a nível mundial e mantém-se em plena expansão, representando uma pequena parcela no turismo nacional. Com a nossa posição geoestratégica, há que tirar proveito desta tendência”.
Costa citou ainda o crescimento sustentado do turismo de cruzeiros no porto de Leixões, referindo que, “com o novo terminal de cruzeiros, aumentou em 50% o número de passageiros movimentados no primeiro semestre de 2017”.
“Se foi possível revitalizar a Baixa-Chiado e reapropriarmo-nos da frente ribeirinha de Lisboa na última década, também seremos capazes, nos próximos 10 anos, de fazer o mesmo nas zonas deprimidas do País, desde longo no interior”, acrescentou.