A operação, denominada ‘Fewas’ e realizada em Lisboa, contou com a colaboração da Europol e da Interpol. NUNO FOX/LUSA
Da Redação
Nesta semana, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) desmantelou, em Lisboa, uma rede internacional de falsificação de documentos, com a detenção de dois brasileiros por suspeita da prática dos crimes de falsificação e outros.
A operação “Fewas” foi o culminar de uma investigação de dois anos a uma complexa rede internacional que recorria à darkweb para vender diversos tipos documentos de identificação, incluindo passaportes portugueses, de vários países europeus, americanos e árabes.
A rede, desmantelada em Portugal, viajava por vários países europeus e da América do Sul, movimentava significativas quantias de dinheiro, sob a forma de criptomoedas, o que lhes permitia, além do avultado lucro, obter tecnologia de ponta para a elaboração de milhares de documentos falsos de elevada qualidade.
Segundo o órgão português, foram apreendidos centenas de documentos falsos, passaportes, cartas de condução, títulos de residência, cartões de cidadão, cartões de crédito/débito.
Foram ainda apreendidos computadores, impressoras de alta qualidade, incluindo impressoras 3D, bem como elementos de segurança utilizados no fabrico de documentos.
As características transnacionais desta rede levaram à colaboração do SEF com as autoridades do Brasil, Espanha, França e Reino Unido. Além da colaboração de diversas agências internacionais, como Europol e Interpol.
Os acusados foram presentes a Tribunal, tendo sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.
“Temos a informação de que esta foi uma das mais relevantes apreensões feitas nos últimos anos na Europa, atendendo à capacidade de produção e diversificação de documentos que estavam a ser produzidos”, afirmou Cristina Gatões, diretora do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) ao Folhapress.
Os dois brasileiros detidos, um homem e uma mulher, viviam no Reino Unido e haviam se mudando recentemente para Portugal.
Cada documento falsificado custava cerca de 10 mil euros (cerca de R$ 65 mil).
“No decorrer desta investigação, foi possível apurar que a documentação fraudulenta era comercializada online e era remetida via postal para países como Reino Unido, França, Luxemburgo, Portugal, Holanda, Brasil e Estados Unidos”, explicou a diretora do SEF ao Folhapress.
Segundo a mesma fonte, na última semana, as autoridades portuguesas interceptaram cerca de 150 documentos falsificados nos correios.