Da redação
Com Lusa
O primeiro-ministro português defendeu nesta segunda-feira a necessidade de um “esforço das empresas” para aumentar o rendimento dos trabalhadores, salientando que se querem melhorar a competitividade e exportar mais têm de ser mais competitivas a contratar.
À entrada para uma reunião extraordinária da Comissão Permanente de Concertação Social, de preparação do Conselho Europeu extraordinário de quinta-feira, António Costa, questionado pelos jornalistas sobre se teria esperança de chegar a um acordo com os parceiros sociais sobre competitividade e rendimentos, respondeu: “Com certeza, acho que é absolutamente essencial para o país que haja um acordo na concertação social” nesta matéria.
“Creio que há um consenso na sociedade portuguesa que o nível geral de rendimentos tem de subir”, disse, salientando que o Governo “tem feito a parte que lhe cabe” no que respeita à subida do salário mínimo nacional, em vigor desde o início do ano.
Mas o primeiro-ministro lembrou que o salário mínimo já ultrapassa 60% do salário médio, “não por que o salário mínimo esteja alto”, frisou, mas porque o salário médio “está muito baixo”, razão pela qual o país “tem tido dificuldade em fixar talento, em particular” nas novas gerações, defendeu.
António Costa salientou ainda que “as empresas têm de fazer a sua parte do esforço” e que “é nesse equilíbrio que se tem de encontrar” um acordo.
O primeiro-ministro destacou ainda que, num momento em que tem havido um investimento “tão significativo na melhoria de produtividade, na sua modernização, aquisição de equipamentos, é natural, como a economia está a crescer, que esse resultado seja mais justamente partilhado”.
“É isso que temos de obter em sede de concertação social”, frisou, destacando que o objetivo destas reuniões “não é andar à luta”, mas em conjunto com os parceiros sociais encontrar um acordo que cumpra um aumento de rendimento e competitividade.
“As empresas têm de perceber que, se querem ser mais competitivas a exportar, têm de ser mais competitivas a contratar”, afirmou, salientando que “em matérias de rendimentos o Estado tem feito a sua parte”, referindo esforços do executivo no que respeita, por exemplo, aos passes sociais ou à tributação em sede de IRS e a isenção fiscal aos jovens.
O primeiro ministro defendeu ainda que as empresas “têm de fazer a sua parte do esforço” e que é nesse equilíbrio que têm de encontrar uma resposta, e que é necessário “trabalhar em conjunto para a produtividade das empresas melhorar”.