Mundo Lusíada
Com Lusa
Nesta sexta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que Portugal espera receber cerca de 1,2 milhões de doses da vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19 entre este mês e o primeiro trimestre de 2021.
“Desconhecemos ainda com certeza se acontecerão num único momento ou em várias semanas destes meses. São 312.975 (doses) no acumulado de dezembro e janeiro, 429 mil doses em fevereiro e 487.500 em março, ou seja, um total de 1,2 milhões de doses, se se confirmarem as entregas da Pfizer ao longo do primeiro trimestre. Mas insisto que depende da produção e distribuição de entidades terceiras e temos de acompanhar”, frisou.
Em declarações numa audição conjunta da comissão parlamentar de Saúde com a comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação econômica e social, Marta Temido assumiu ainda “grandes expectativas no processo das vacinas da Moderna e da AstraZeneca”, embora tenha reconhecido que estão numa etapa mais atrasada de lançamento no mercado.
Quanto ao início da vacinação, a governante reiterou que a chegada das primeiras doses “está prevista para 26 de dezembro e o que o país está preparado para começar a vacinar no dia 27”, lembrando que as datas acompanham os outros estados-membros da União Europeia e que a decisão de lançar a vacinação contra a covid-19 entre os dias 27 e 29 representa um “sinal importante de capacidade dos vários países de trabalharem em conjunto”.
Marta Temido assegurou que o país tem uma capacidade “muito significativa” ao nível da administração de vacinas e realçou também que o Centro Hospitalar Lisboa Central e o Hospital de São João, no Porto, poderão não ser os únicos a receberem vacinas do primeiro lote previsto para este mês.
“São dois hospitais que estarão neste primeiro lote, mas não quer dizer que sejam os únicos. A vacinação será facultativa. Além da identificação dos profissionais de saúde que trabalhem nesses hospitais e sejam elegíveis, a vacinação depende do interesse que os próprios tenham em ser vacinados ou não nesse primeiro momento, que é o primeiro de um processo q vai ser exigente”, concluiu.
Casos Covid
Portugal contabiliza neste dia 18 mais 75 mortes relacionadas com a covid-19 e 4.336 novos casos de infecção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim epidemiológico da DGS revela que estão internadas 3.061 pessoas, menos 81 do que na quinta-feira, das quais 484 em cuidados intensivos, menos 10.
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 5.977 mortes e 366.952 casos de infecção pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 70.285, mais 599 em relação a quinta-feira.
As autoridades de saúde têm em vigilância 77.432 contatos, mais 981 relativamente a quinta-feira.
O boletim revela ainda que 3.662 casos foram dados como recuperados. Desde o início da epidemia em Portugal, em março, já recuperaram 290.690 pessoas.
Relativamente às 75 mortes registadas nas últimas 24 horas, o boletim revela que 31 ocorreram na região Norte, 27 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 12 no Centro, quatro no Alentejo e uma na Região Autónoma dos Açores.
Aplicativo e testes
O aplicativo StayAway Covid para rastreamento de contatos já foi baixado 2,8 milhões de vezes, segundo a ministra Marta Temido, que reconheceu, porém, que a geração de códigos está aquém das expectativas.
“StayAway Covid teve mais de 2,8 milhões de downloads e vários códigos inseridos, mas não tantos quanto gostaríamos”, afirmou a governante na audição conjunta da comissão da Saúde com a Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação econômica e social.
Entre os números destacados pela ministra da Saúde está também a realização de testes de diagnóstico ao novo coronavírus, nos quais Portugal já ultrapassou os cinco milhões desde o início da pandemia, em março.
“Mais de 5,1 milhões de testes foram já realizados no sistema de saúde português, numa intensa colaboração das áreas que o compõem. Uma rede que hoje conta com 128 pontos de realização de testes laboratoriais e que foi completada com testes rápidos de antigénio. Hoje temos um total de 81 pontos de realização de testes rápidos de antigénio”, observou.
Paralelamente, Marta Temido vincou que o número de consultas em cuidados de saúde primários até outubro era de 26,3 milhões, em linha com as estatísticas do período homólogo de 2019: 26,5 milhões. “É muito encorajador, na medida em que mostra a resiliência dos cuidados de saúde primários”, notou.
A governante sublinhou a realização de 9,2 milhões de consultas em cuidados hospitalares até outubro, quando tinham sido feitas 10,3 milhões no mesmo período em 2019, e cerca de 474 mil intervenções cirúrgicas, menos 100 mil em relação ao ano passado.
Já sobre a reserva estratégica nacional, a ministra da Saúde assegurou que o país assegurou “58 milhões de máscaras cirúrgicas, das quais 14 milhões de FFP2 e FFP3 e 22 milhões de luvas cirúrgicas”, além de outros equipamentos de proteção individual.