São Tomé e Príncipe quer participar no ensino de português na Guiné Equatorial

O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang passa junto de um painel com bandeiras dos países da CPLP, no final da cerimônia de abertura da X Cimeira, em Timor-Leste. PAULO NOVAIS/LUSA
ARQUIVO O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang passa junto de um painel com bandeiras dos países da CPLP, no final da cerimônia de abertura da X Cimeira, em Timor-Leste. PAULO NOVAIS/LUSA

Mundo Lusíada
Com agencias

O presidente do parlamento são-tomense, José Diogo manifestou o desejo do país em participar no ensino da língua portuguesa na Guiné Equatorial, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“São Tomé e Príncipe está disponível para qualquer tipo de apoio e contribuições nesse sentido, considerando, sobretudo, os laços históricos e de irmandade que nos unem desde os tempos remotos da nossa existência”, disse o presidente do parlamento são-tomense na abertura, na capital do país, dos trabalhos da 3.ª Comissão da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP).

José Diogo evocou para o efeito “as proximidades geográficas” entre os dois países e lançou um desafio às instituições e governos dos dois países para analisarem essa possibilidade.

O presidente do parlamento são-tomense sublinhou ainda as boas relações de cooperação e de amizade existentes, como fator também para “promover uma estreita parceria especifica neste domínio, seja através do Ministério da Educação ou diretamente com as instituições afins, nomeadamente a universidade de São Tomé e Príncipe”.

A 3.ª Comissão da AP-CPLP, cujos trabalhos decorrem até esta terça-feira no Palácio dos Congressos, na capital são-tomense, com a participação de delegados de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, discute questões relacionadas com a língua, educação, ciência e cultura.

O evento, que decorre com a ausência das delegações da Guiné-Bissau e Timor-Leste, propõe abordar o ensino do estudo de português à distância, com recursos a novas tecnologias de informação, no âmbito do Programa Pessoa que integra a mobilidade, ciência e desenvolvimento.

O representante do Brasil no evento recordou a experiência de Portugal nessa matéria.

“A este propósito quero saudar o trabalho de fundo realizado pelo Instituto Camões que disponibiliza uma oferta na área do ensino e estudos de língua portuguesa à distância, por intermédio de uma plataforma tecnológica em contexto ‘Web’, que possibilita a aprendizagem da língua em qualquer parte do mundo”, explicou Carlos Gonçalves.

O dirigente brasileiro explicou ainda que o “Programa Pessoa – Mobilidade, Ciência e Desenvolvimento” é dirigido a estudantes de universidades e instituições do ensino superior dos Estados membros da CPLP.

“Trata-se de um programa de mobilidade de estudantes do ensino superior dos Estados membros, que permite a um estudante, inscrito numa instituição de ensino superior de um país da CPLP, desenvolver uma parte do seu ciclo de estudos durante um determinado período de tempo numa instituição de ensino superior ou equivalente de outro país, beneficiando para isso de uma bolsa de estudos atribuída pela CPLP”, explicou Carlos Gonçalves.

Educação

Também na área da educação, aconteceu no Brasil um encontro entre os Ministros da Educação dos países de língua portuguesa para discutir cooperação mútua, antes do início do 8º Fórum Mundial da Água.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe, participaram no dia 16, em Salvador, da reunião para assinar uma declaração de cooperação mútua na área.

“Seguiremos com a formação de professores em língua portuguesa e a capacitação de professores e alfabetizadores para jovens e adultos. Todos os estudos mais recentes sobre aprendizagem são unânimes em mostrar que os professores desempenham papel absolutamente central. Por isso julgamos que investir em sua capacitação será instrumental para melhorar o desempenho de nossos estudantes. O ensino profissional e técnico, por sua vez, tem sido apontado consensualmente como um dos estímulos mais potentes para inserção no mercado de trabalho de profissionais capazes de responder as mudanças aceleradas no mundo da produção e inovação” declarou o ministro Mendonça Filho, presidente pro tempore da CPLP no Brasil.

Entre os temas da conferência está a definição de ações a serem implementas pelos países membros até 2020, período de vigência do Plano de Ação de Cooperação Multilateral no Domínio da Educação da CPLP, aprovado durante a nona reunião dos ministros, realizada em Díli em 2016. O escopo deste plano contempla atividades, projetos e programas de cooperação multilateral nos domínios da educação e da formação tecnológica profissionalizante.

Outros itens da pauta foram o processo de alfabetização e o acesso equitativo e universal à educação de qualidade em todos os níveis – presente na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas –; o compromisso de fortalecer a cooperação multilateral no domínio da educação pelos países da comunidade e a promoção de uma educação inclusiva de qualidade, assim como oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para as gerações presentes e futuras da CPLP.

Os representantes da CPLP também debateram a realização de ações de educação alimentar e nutricional que incentivem o consumo de alimentos saudáveis, essenciais ao crescimento, desenvolvimento e aprendizagem dos alunos em todos os países membros.

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