São Paulo abre análise para tombamento do complexo do Canindé

Mundo Lusíada

O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo abriu no último dia 27 o estudo de tombamento do complexo do Canindé.

O jornalista Luiz Nascimento, que se dedica a noticiar os acontecimentos sobre tudo que acontece na Lusa no Blog do Torcedor da Portuguesa, divulgou no último dia 27 a decisão do Conpresp sobre o tombamento do complexo do Canindé.

Com isso, o clube social e o estádio da Portuguesa não poderão ser alterados até um parecer definitivo. Agora, o Departamento de Patrimônio Histórico deve avaliar as estruturas do local.

O relator do processo, conselheiro Marcelo Manhães, explicou o voto favorável à análise. “O estudo que eu fiz foi com base em informações constantes no processo. Informações que traziam a relevância histórica do local, onde tudo aconteceu em termos de participação da colônia portuguesa e também a questão de construções, de edificações, dos projetos que passaram nas mãos, por exemplo, do arquiteto [João Batista Vilanova] Artigas.”

Segundo o relator, o Conpresp deve atuar com agilidade para evitar uma insegurança jurídica e decidir ainda nesse ano.

A diretora do DPH, Raquel Schenkman, explica que o órgão já havia rejeitado a abertura do tombamento. “O parecer técnico entendeu que o instrumento do tombamento não seria um instrumento adequado para ser aplicado nesse caso no complexo da Portuguesa. Mas, no fim, o conselho decidiu por abrir o processo de tombamento. Durante esse processo aberto, o que será decidido é se cabe ou não esse tombamento”. Segundo ela a transformação do local em “Zona Especial de Preservação Cultural” é uma possibilidade.

A medida não impediria a demolição do estádio, mas determinaria que no local fosse construída outra arena.

Para o torcedor da Portuguesa, Beto Freire, a alternativa é uma maneira de manter a memória do clube: “Através dessa força popular que a Portuguesa vai ficar para todos. Eternamente. Seja com o tombamento, ou seja com a sugestão do DPH, de Zepec, que mesmo que se construa outras coisas lá, sempre terá que ter um estádio. Mas, sempre haverá a Portuguesa no local que ela está”.

Presidente da Portuguesa é contra o tombamento

Durante entrevista à CBN neste domingo, Antonio Carlos Castanheira explicou que a construção de um novo estádio seria a melhor solução. “O que adianta você tombar o estádio, se você não consegue gerar receitas para pagar o passivo e os acordos que você faz. A Portuguesa tem que pensar grande. A Portuguesa não tem que pensar em tombar e ficar enxugando gelo como já está fazendo ai há mais de dez anos”.

A Portuguesa acumula dívidas de mais de R$ 350 milhões e cerca de 500 processos judiciais. Alguns deles levaram o estádio a leilões. Ninguém arrematou o complexo. O autor do processo, deputado estadual Campos Machado, a Portuguesa e a Prefeitura, que detém 55% do terreno, terão 15 dias (daquela data) para se manifestar.

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