Da Redação
Com Lusa
A Câmara de Braga anunciou ter sido apresentada na segunda-feira, em Lisboa, a candidatura do Bom Jesus a Patrimônio Mundial da Humanidade na Comissão Nacional da Unesco. O Santuário do Bom Jesus do Monte, conhecido como Santuário do Bom Jesus de Braga, fica na freguesia de Tenões, na cidade, concelho e distrito português de Braga.
O vereador do Patrimônio da Câmara de Braga, Miguel Bandeira, que fez parte da equipe que se deslocou a Lisboa, destacou a importância desta candidatura, adiantando que este processo implicou “algumas alterações em sede de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), nomeadamente a eliminação da estrada que estava prevista para as proximidades do Bom Jesus”.
Em comunicado, a autarquia acrescenta que o mesário da Confraria do Bom Jesus, Varilo Pereira, considerou que esta apresentação em Lisboa “foi um passo fundamental”, uma vez que permitiu demonstrar a real dimensão do Bom Jesus a quem analisa as candidaturas.
No dia 09, o presidente da Confraria do Bom Jesus, Varico Pereira, referiu à Lusa que as obras de reabilitação no santuário do Bom Jesus do Monte, orçadas em dois milhões de euros, pretenderam “criar as condições necessárias para o sucesso da candidatura” do santuário a Patrimônio Mundial.
Uma parte da intervenção incidiu na requalificação da fachada e na substituição do telhado do templo, que estava danificado.
O Santuário do Bom Jesus do Monte é constituído por um conjunto arquitetônico e paisagístico que integra uma igreja, um escadório onde se desenvolve a via-sacra, uma área de mata com 55 hectares, alguns hotéis e um funicular.
A coordenadora da candidatura a Patrimônio Mundial, Teresa Anderson, já se manifestou confiante no sucesso da iniciativa, sublinhando tratar-se de “um lugar único, com uma história de 600 anos, muito bem fundamentada” em várias fontes de informação, com material de natureza monográfica e iconográfica.
“Neste caso, o material iconográfico é particularmente rico e raro”, enfatizou, para lembrar que a fundamentação da história é um dos fatores que mais pesam nas decisões da Unesco.
A especialista disse ainda que a UNESCO também dá muita importância à questão da gestão do patrimônio a classificar, para que ele não venha a ficar ao abandono. “Também esta questão está garantida, já que o santuário é gerido pela Confraria do Bom Jesus”, acrescentou.
Outros “trunfos” da candidatura assentam no fato de se tratar de um lugar “de muita concentração de arte” e de “muito engenho técnico”, este último relacionado com o funicular movido a água.
Disso, “há continuação de investimento” no santuário, o que contribui para a constituição de “um todo homogêneo”, além de ser uma garantia de que há quem vele por aquele patrimônio.
O arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, também já manifestou “fé” no sucesso da candidatura, considerando que o Bom Jesus integra um patrimônio “de valor incalculável”. Como sublinhou, os milhares de turistas que ali vão anualmente são a prova da “dimensão mundial” do santuário.