Basílica Santo Antonio de Pádua, na Itália. Foto Arquivo pessoal.
Por João Aparecido da Luz
Sabemos pela história e pela Santa Sé que Santo Antonio foi um eleito de Deus, homem de fé e de extraordinária virtude, sendo considerado um dos doutores da Igreja.
Nasceu em Lisboa em 1195 e boa parte de seu ministério não foi exercido em Portugal, mas na França e Itália e na cidade de Pádua. Por causa disso é um santo que possui, pode-se dizer, dupla nacionalidade: Santo Antonio de Lisboa, santo português por ter nascido em Lisboa e Santo Antonio de Pádua, santo italiano por ter exercido seu ministério, arrebanhado centenas de milhares de pessoas para Cristo na Itália, e por ter atuado e falecido na cidade italiana de Pádua. Foi canonizado um ano após sua morte por conta de muitos milagres que ali aconteceram.
Antonio, primogênito de uma família nobre, poderosa e rica, deveria seguir o desejo de seus pais, ser magistrado ou bispo. Mas o chamado para servir a causa cristã foi mais forte. Após concluir seus estudos como então se usava na escola da catedral, com 15 anos sentindo a vocação religiosa, deixou a rica casa de seus pais e entrou no Mosteiro de São Vicente na periferia de Lisboa. Foi lá que recebeu uma cultura extraordinária da Ordem dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho o que o tornou mais tarde num dos pregadores mais culto do século XII.
Após 3 anos no Mosteiro de São Vicente, Antonio decide mudar-se para Coimbra no Mosteiro de Santa Cruz para melhor aproveitamento de sua entrega total a Deus. As visitas de familiares e amigos multiplicavam-se, retirando-lhe aquele tempo precioso que queria dedicar aos estudos. Resolve romper os laços familiares e de amizade para ter um aproveitamento melhor da sua vocação. Abandona para sempre Lisboa, sua cidade natal. Em Coimbra continuou com muito proveito os estudos de filosofia e teologia que o levaram a ordenação sacerdotal. Tinha 25 anos de idade.
Em fevereiro de 1220 correu a notícia em Coimbra que 5 frades franciscanos, que meses antes haviam estado com Antonio, foram torturados e mortos no Marrocos. Este ocorrido contribui para que ele deixasse a Ordem dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho e ingressasse naquele movimento dos franciscanos. Com muita dificuldade conseguiu a autorização e deixou para sempre o Mosteiro de Santa cruz e seguiu como missionário franciscano para a África, desejoso de derramar seu sangue por cristo. Ao desembarcar em Marrocos foi acometido por uma doença grave e teve que retornar indo para Itália. Ali se revelou um grande pregador. E também por terras francesas fez inúmeros sermões. Os últimos anos de sua vida passou a viver em Pádua aonde veio a falecer no ano de 1231.
Por João Aparecido da Luz
Escritor luso-brasileiro