Salvar o Clima convoca movimentos e sociedade civil para nova greve climática em setembro

Estudantes portugueses associados ao movimento #Schoolstrike4climate#, exibem uma faixa onde se lê "A Terra Esgotou A sua Paciência - E Nós Também" durante manifestação para exigir que a crise climática seja uma prioridade governamental, em Lisboa, 15 de março de 2019. Nascido na sequência da intervenção de uma jovem sueca, Greta Thunberg, que protestou a partir de agosto em frente ao parlamento com o cartaz em que se lia “School Strike for Climate”, o movimento desencadeou manifestações em vários pontos do globo, chegando agora o apelo para um dia de ação global. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O movimento Salvar o Clima convocou uma nova manifestação global para 25 de setembro, na sequência da iniciativa internacional liderada pela ativista sueca Greta Thunberg destinada a exigir medidas ambientais em defesa do planeta.

Vários movimentos e coletivos responderam ao apelo do movimento “Fridays For Future” e estão a mobilizar esforços para organizar uma nova “greve climática” como a de 27 de setembro de 2019.

O objetivo do protesto, iniciado pelos jovens com a greve às aulas à sexta-feira, é chegar a diferentes setores da sociedade civil.

“Continua a não se verificar uma resposta suficientemente ambiciosa face à ameaça iminente da crise climática. A profunda crise climática não desacelera e as ondas de choque da covid-19 agravam os impactos desta, expondo as fragilidades deste sistema e deixando milhares à beira do desemprego, da precariedade e da pobreza”, lê-se no comunicado em que é anunciada a nova jornada de protesto.

Para o coletivo Salvar o Clima, a solução para a crise climática exige “uma transição energética justa”, que reconfigure os meios de produção baseados em fósseis e garanta soberania energética e “democracia produtiva”, com empregos dignos.

“Tanto para o nosso governo como para as grandes empresas, o lucro continua a sobrepor-se ao nosso futuro”, alegam os subscritores de um manifesto em que se inscrevem as principais linhas de ação e contestação.

As reivindicações são claras, dizem: “A transição energética justa que a sociedade portuguesa urgentemente necessita passa por uma requalificação justa dos trabalhadores dos setores poluentes, nomeadamente das centrais termoelétricas de Sines e do Pego, pelo fim das concessões para explorar combustíveis fósseis em Portugal, pelo investimento e a eletrificação da ferrovia; pela criação de um setor público que lidere o processo de produção de energia renovável, pelo cancelamento de quaisquer grandes projetos que acarretem um aumento de emissões de gases com efeito de estufa, pelo acesso equitativo a água potável e a alimentos, assim como pelo acesso à habitação de qualidade para toda a população”, entre outras medidas.

“Em contra relógio saímos à rua para a construção de uma sociedade justa para todas e todos, que se adapte aos efeitos das alterações climáticas e que mude o seu paradigma, as suas relações sociais e a sua forma de consumir, transportar e produzir, de modo a evitar o caos climático”, alegam.

A organização apela aos estudantes, organizações não governamentais, coletivos, associações, sindicatos, e todos os cidadãos para se juntarem nas ruas, no dia 25 de setembro (sexta-feira), cumprindo as medidas de higiene e segurança determinadas para a pandemia de covid-19.

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