Da redação
Com Lusa
Os salários em Portugal têm vindo a crescer desde 2015, tendo subido 2% no ano passado, mas os aumentos de 2018 ficaram abaixo da zona euro e da média comunitária, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.
Um relatório anual da Comissão Europeia sobre a evolução do mercado de trabalho revela que as remunerações por funcionário começaram a subir em Portugal desde 2015 (quando registaram um aumento de 0,4%), após estarem a cair até então.
Em 2016, subiram 1,7%, enquanto no ano seguinte subiram 1,6%. Entre 2017 e 2018 verificou-se, assim, um acréscimo em mais quatro pontos percentuais.
O aumento de 2018 em Portugal (de 2%) ficou, contudo, abaixo do verificado ao nível da zona euro e da União Europeia (UE), onde se registaram subidas de, respetivamente, 2,1% e 2,4%.
“Em 2018, o crescimento nominal dos salários foi mais significativo nalguns países da Europa Central e Oriental, o que contribuiu para uma maior convergência salarial”, assinala o executivo comunitário no relatório.
O documento dá também conta de que, apesar do abrandamento econômico registrado na UE e na zona euro desde o segundo semestre de 2018, motivado pelas tensões comerciais mundiais e pela incerteza relacionada com a saída do Reino Unido da União, isso não tem afetado negativamente o mercado de trabalho.
“Até agora, o mercado de trabalho mostrou-se bastante resiliente ao enfraquecimento da economia”, aponta o documento.
Destacando a “boa evolução do mercado de trabalho” e a “recuperação gradual do crescimento salarial”, o relatório precisa que o emprego aumentou 1,3% em 2018 na UE, enquanto os salários cresceram a uma percentagem já perto dos 2,5%.
O documento destaca ainda a constante queda da taxa de desemprego que, em setembro deste ano, “atingiu mínimos” desde 2000, ao fixar-se em 6,3% na UE.
Em comunicado, a comissária europeia para o Emprego, Assuntos Sociais, Habilidades e Mobilidade Laboral, Marianne Thyssen, destaca que “países com altas taxas de desemprego, incluindo Croácia, Grécia, Espanha e Portugal, tiveram um forte crescimento do emprego, diminuindo ainda mais a diferença entre os países”.
E atribui tais mudanças às reformas laborais adotadas pelos países após a crise de 2008.
Marianne Thyssen adianta que o número de pessoas empregadas na UE está “no seu nível mais alto” de sempre, num total de 241 milhões, enquanto a taxa de desemprego comunitário está “no seu nível mais baixo desde a mudança do século”.