Mundo Lusíada com Lusa
Nesta noite de domingo, o presidente do PSD, Rui Rio, reconheceu um resultado “substancialmente abaixo do esperado” nas legislativas, e já transmitiu os parabéns António Costa a reconhecer a derrota.
As projeções dos resultados eleitorais divulgadas por RTP, SIC, TVI e CMTV dão a vitória ao PS nas eleições legislativas de hoje, com entre 36,6% e 42,6% dos votos, seguindo-se o PSD, com entre 26,7% e 32,7%.
“Fizemos uma excelente campanha”, afirmou Rui Rio, numa declaração perante uma sala cheia e que o aplaudiu longamente, com gritos “PSD, PSD”.
“Não atingimos nem de longe, nem de perto os objetivos que queríamos e o PS é de longe o grande vencedor da noite”, afirmou.
Rui Rio também admitiu deixar a liderança do PSD caso se confirme uma maioria absoluta do PS nestas legislativas, considerando que dificilmente será útil nessa conjuntura.
“Se se confirmar que o PS tem uma maioria absoluta, eu sinceramente não estou a ver como é que posso ser útil neste enquadramento”, declarou Rui Rio, em resposta a questões dos jornalistas, no hotel de Lisboa onde o PSD acompanhou a noite eleitoral.
Mau resultado
A coordenadora do BE, Catarina Martins, assumiu “um dia difícil e um mau resultado” do partido nas eleições legislativas, adiantando que “ao que tudo indica o PS terá uma maioria absoluta”.
“É um dia difícil e um mau resultado com que saberemos viver e saberemos responder ao nosso mandato”, disse Catarina Martins numa reação aos resultados eleitorais das legislativas deste domingo.
“O resultado do Bloco de Esquerda é um mau resultado, é uma derrota e neste partido encaramos as dificuldades tal como elas são. A estratégia do PS, de António Costa, de criar uma crise artificial para ter uma maioria absoluta, ao que tudo indica, foi bem sucedida e o PS estará mesmo perto dessa maioria absoluta, senão mesmo com essa maioria absoluta”, afirmou.
Perda significativa
Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reconheceu que o resultado da CDU nas legislativas traduz “uma quebra eleitoral com significativas perdas de deputados”, incluindo a representação parlamentar do PEV.
“O resultado obtido pela CDU traduz uma quebra eleitoral com significativas perdas de deputados, inclusive a representação institucional do PEV”, sustentou Jerónimo de Sousa, durante uma primeira reação ao resultado das eleições.
Questionado sobre se a CDU já consegue quantificar a perda de deputados na Assembleia da República, o dirigente comunista referiu que em “percentagem é, de facto, um abaixamento” da “expressão eleitoral” da coligação e que a queda deverá ser de 12 mandatos para “seis ou sete”.
O membro da Comissão Política do Comité Central do PCP acrescentou que o PS de António Costa “tem na mão a opção de fazer entendimentos com o PSD” ou “convergir à esquerda com a CDU”.
Grande noite
O porta-voz da Iniciativa Liberal (IL), Rodrigo Saraiva, afirmou que a probabilidade de ser uma “grande noite para o liberalismo é grande”, depois das primeiras projeções darem a IL como terceira ou quarta força política.
“A probabilidade de ser uma grande noite para o liberalismo é grande, mas aguardemos porque a noite vai ser longa, mas é já certo que Portugal está hoje mais liberal”, afirmou Saraiva, numa primeira reação às projeções.
Rodrigo Saraiva referiu que a IL foi o único partido político que se apresentou a estas eleições com objetivos qualitativos e quantitativos claros. Desde que se apresentou a estas eleições que a IL traçou como meta obter 4,5% dos votos a nível nacional e eleger cinco deputados.
“Quase todos os dados que estão disponíveis neste momento indicam que alcançaremos os nossos objetivos e iremos, possivelmente, ultrapassá-los”, frisou Rodrigo Saraiva.
Vitória da esquerda
O vice-presidente do CDS-PP Pedro Melo defendeu que a vitória do PS “implica uma reflexão de toda a direita” e apontou que será necessário aguardar pelo resultado do partido, considerando “muito prematuro” retirar conclusões.
“Se se verificar uma vitória da esquerda será a terceira consecutiva e, obviamente, implica uma reflexão de toda a direita. Nós, de resto, prevenimos para isso mesmo, mas os deputados do CDS continuarão a fazer um trabalho para marcar as nossas cores e para fazer uma oposição forte e consistente e coerente, como sempre temos feito”, afirmou.
“Quanto ao CDS nós estamos habituados a esperar, temos de esperar mais umas horas, mas quero dizer que obviamente que a esquerda, se voltar a ter maioria no parlamento, terá uma oposição forte por parte do CDS, como sempre teve”, referiu.
Já o dirigente centrista Diogo Feio considerou que o CDS-PP “está no patamar da total irrelevância” com “o pior resultado da sua história” e defendeu uma “reflexão no próximo congresso”.
Em rede social, Diogo Feio escreveu que “os dados demonstram que o CDS tem o pior resultado da sua história” e “está no patamar da total irrelevância, num nível de partidos sem verdadeira representação nacional”.