Ígor LopesDe Lisboa, para Mundo Lusíada
Ígor Lopes/Mundo Lusíada
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A Cidade do Rock, em Lisboa, continua a ser segura. A notar pelas informações da Polícia de Segurança Pública da capital, nos primeiros três dias da terceira edição do evento, houve poucas ocorrências a assinalar, mas nenhuma com gravidade. O balanço dos primeiros dias é positivo. Há apenas a registrar algumas tentativas de agressão entre espectadores, resultantes, na sua maioria, pela ingestão abusiva de bebidas alcoólicas.
Houve também problemas como roubos de bilhetes junto à bilheteira do Rock In Rio. Alguns indivíduos aproximam-se dos compradores, com o intuito de lhes oferecer bilhetes mais baratos, afastam-se dos olhos da polícia e assaltam as pessoas. Em três dias de festival, foram assinalados cerca de 12 casos destes. Em algumas situações, a PSP atou de forma rápida, impedindo a ocorrência. No primeiro dia do evento, houve também algumas tentativas de intrusão no recinto. Com a ajuda da Segurança Privada do evento, essas ocorrências foram solucionadas.
O dispositivo de segurança da PSP conta com cerca de 450 homens, que atuam fora e dentro do recinto, alguns à civil. O dispositivo conta ainda com cerca de 30 viaturas policiais. A segurança no local é composta por uma equipe de intervenção rápida, investigação criminal, corpo de intervenção, além de elementos ligados à informação, entre outros.
A segurança foi planejada meses antes do início do festival. O local conta com três anéis de segurança. Um localizado na área do recinto, outro na envolvente dos bairros da Bela Vista e Flamenga, e um terceiro no exterior. O objetivo é garantir a segurança e a ordem pública.A PSP é responsável também pelas revistas realizadas à entrada do recinto. O Mundo Lusíada apurou que provavelmente atuam no espaço do evento elementos da Polícia Judiciária e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, todos descaracterizados.
No domingo, como o dia foi dedicado às crianças, a revista foi adequada ao público alvo, houve facilidades em relação à entrada de carrinhos de bebê e de cadeirinhas.
“Queremos proporcionar às pessoas que vêm assistir ao evento o máximo de segurança possível. Pretendemos também garantir o conforto dos moradores, que têm a sua vida um pouco incomodada com a realização do festival aqui no Parque da Bela Vista”, afirma fonte da PSP, que elucida que “toda o dispositivo de segurança é pensado com antecedência. E, para funcionar, depende da coordenação de todas as forças policiais”.
“As pessoas conhecem o evento e sabem que vão ser revistas, por isso, não levam nada que seja proibido entrar na Cidade do Rock, como armas brancas, por exemplo”, adianta a mesma fonte.
Cuidados necessáriosA própria PSP adverte os participantes para tomaram certos cuidados quando acontecem esses eventos. O ideal é não deixar à mostra na viatura objetos ou roupas. O automóvel deve estar estacionado em lugar pouco ermo e com alguma luminosidade. Não sair da viatura quando houver alguma pessoa estranha por perto, procurando sempre um local seguro. O mesmo serve para quando se aproxima da viatura. A chave nunca deve estar à mostra, somente quando for abrir a porta do automóvel. Por último, o bilhete nunca deve estar visível, somente no ato da entrada no recinto do espectáculo.
Para os próximos dois dias do evento, “o trabalho vai ser grande”, adianta fonte policial, uma vez que os amantes do Heavy Metal costumam andar com “correntes e pulseiras com bicos”, o que é proibido na Cidade do Rock. “Mas geralmente é um dia pacífico, ao contrário do que se pode imaginar”, finaliza a fonte.
Segurança privadaA Cidade do Rock conta ainda com a presença da Protecção Civil da Câmara Municipal de Lisboa e com 1800 vigilantes de uma empresa de segurança privada, que patrulha todo o recinto. A base operacional dessa estrutura conta com uma Unidade Móvel de segurança, onde são monitoradas as câmaras que controlam os 200 mil metros quadrados do Parque da Bela Vista.
Saúde como preocupaçãoPara garantir que os participantes do Rock In Rio Lisboa 2008 possam ter acesso à cuidados médicos em caso de necessidade, o Serviço Nacional de Emergência Médica disponibiliza 52 pessoas especializadas em tratamentos médicos.Embora o festival tenha começado há três dias, o INEM está já no Parque da Bela Vista desde o início de montagem dos palcos e das estruturas do evento, para assegurar cuidados médicos aos trabalhadores.
O dispositivo conta com ambulâncias, mini-hospital e posto médico, espalhados pelo parque. A operação do INEM utiliza também o serviço de psicólogos e médicos de várias especialidades. Dentre outros elementos, o local conta ainda com uma viatura de intervenção em catástrofes. Há também várias pessoas ligadas ao apoio logístico.
Este ano, mais de 550 pessoas recorreram ao atendimento do INEM. No domingo, dia de forte presença de crianças, essa instituição atendeu alguns menores vítimas de pequenas quedas, apresentando escoriações. Alguns adolescentes sofreram de ansiedade, tendo em conta a presença dos seus ídolos em palco. Para evitar casos como esses, há uma psicóloga localizada junto ao Palco Mundo, prestando apoio aos mais jovens e não só. Foi necessária ainda uma evacuação hospitalar, dada a um indivíduo com uma doença pré-existente.
De acordo com Raquel Ramos, responsável pelo dispositivo do INEM na Cidade do Rock, foram atendidas pessoas com reações à picadas de insetos, com pequenos traumas e com intoxicações pela ingestão abusiva de álcool. “O nosso dispositivo está preparado para todas as situações”, finaliza a responsável.