Ígor Lopes | De Lisboa para Mundo Lusíada
A cidade de Lisboa está a poucos dias de receber a segunda edição do “maior evento de música do mundo”. O Rock In Rio 2006 promete muita inovação e qualidade no trato com os seus visitantes, que, durante cinco dias, vão ver subir aos palcos do festival vários nomes da música internacional.
O empresário Roberto Medina, idealizador do festival
Em quatro edições realizadas até agora, no Rio e em Lisboa, ao todo, mais de três milhões de pessoas visitaram a cidade do rock. Para este ano, a expectativa é de que cerca de 70 mil pessoas visitem, por dia, a cidade do rock, que conta, atualmente, com um investimento na ordem dos 25 milhões de euros.
A poucos dias do início da festa, o empresário Roberto Medina, idealizador do festival, falou ao Mundo Lusíada do motivo da escolha da capital portuguesa para ser sede do evento, assegurando que Portugal “tem características de turismo absolutamente adequadas” para receber o Rock In Rio. Os preparativos finais dão já forma ao cenário da música que vai embalar os fãs desta e de outras gerações amantes da música além-fronteiras.
Para já, fica a promessa da permanência do evento em terras lusas, a cada dois anos, com o diferencial da qualidade que é já uma marca característica do festival.
Muita qualidade, um cenário mais bonito e um projeto visualmente melhor são as apostas da organização para o evento que vai começar a agitar a noite lisboeta a partir do próximo dia 26. Para Medina, que vive em Lisboa desde a primeira edição portuguesa do evento, o sucesso do festival parece estar garantido. Mas para que a festa seja completa, falta, ainda, conquistar, através da música, novos adeptos que possam dar asas ao projeto “Por um Mundo Melhor”.
Por que decidiu trazer o festival para Portugal?
Acho que a resposta correta seria: por que não Portugal? Este país tem características de turismo absolutamente adequadas ao que queremos. O primeiro ano em Portugal foi uma experiência. Queríamos criar um padrão internacional para o evento. E conseguimos!
Que vantagens a realização deste festival traz para a cidade que o acolhe?
O evento tem muito a ver com a divulgação da marca do nome da cidade, já que é transmitido para mais de 50 países. O impacto económico que ele gera sobre essas cidades é enorme. No Rio, por exemplo, houve um aumento de negócio, perto dos 350 milhões de dólares na época do Rock In Rio. Aqui em Portugal, ainda não tenho esses números, em relação a 2004. Mas acho que, pelas características da região, como o clima, hospitalidade, tranquilidade do povo, entre outras, Lisboa tem todas as características para ser sede do evento não, eventualmente, mas, permanentemente. Tanto que eu pretendo que, em 2008, o festival volte a Portugal. E que tenha um lugar fixo aqui na Europa.
Então, o Rock In Rio assume, hoje, uma faceta internacional?
Na minha opinião, o Rock In Rio nasceu com uma estrutura já internacional. Há vinte anos, o primeiro Rock In Rio foi o maior evento do mundo e, até hoje, segue sendo. Naquela época, recebemos 380 mil pessoas, no Rio de Janeiro. Ele já nasceu com uma mega-estrutura, que, para se manter, precisa ser anunciado durante muito tempo. Não podemos anunciar o projeto um mês antes da data de início e depois aparecer com uma banda e pronto. O patrocinador precisa estar presente durante um longo tempo no mercado. O Rock In Rio não nasce da megalomania do seu produtor. Ele nasce da necessidade.
Por ter toda essa estrutura, ele nasce já com o shape de um projeto mundial. Acho que ele é internacional por natureza.
Mas continua a ser uma marca?
Ele deixou de ser, no segundo Rock In Rio, uma marca de uma cidade. Ele passou a ser uma marca própria. Por isso, mesmo estando em outra cidade, não mudo o nome do festival. Se Woodstock saísse do Estados Unidos e viesse para Portugal, manteria o mesmo nome.
Há já outros destinos para o evento?
Sim. Em fevereiro de 2008, vamos levar o festival a cidade de Cape Town e a Sidney. (…) Decididamente, vamos explorar outros passos, mas tendo sempre Portugal como uma base permanente. Há, ainda, outros países na lista para receber o Rock In Rio, mas não posso revelar quais são, pois estamos ainda em negociação.
Acha que Portugal pode ser uma porta de entrada para o festival conquistar a Europa?
Em 2004, em Portugal, o festival foi muito positivo. Lisboa, que é o mercado primário do evento, recebeu pessoas de todo o País, e também contou com público de outros países, como a Espanha. Tendo em conta que a grande Lisboa tem 1 milhão e 200 mil habitantes e que o Rio tem sete milhões, proporcionalmente, o evento foi maior aqui, já que contabilizamos 380 mil pessoas no recinto. Os números que conseguimos em Portugal são impressionantes. Foi assim que, em Portugal, conseguimos criar um padrão europeu para o festival.