Da Redação com Lusa
A cidade brasileira do Rio de Janeiro receberá, no domingo, o lançamento do filme-exposição “Arquiteturas em Português — Diálogos Emergentes”, com o trabalho de 11 ateliers que integram o Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP).
Com curadoria de Ana Vaz Milheiro, Inês Lima Rodrigues e Jorge Figueira, e coordenação de Rui Leão, o filme-exposição será integrado no 27º Congresso Internacional de Arquitetos (UIA2021RIO) e no 30º aniversário do CIALP e contará com trabalhos de ateliers de oito territórios: Brasil, Cabo Verde, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
“A seleção dos ateliers resulta de uma chamada de projetos que foi lançada pelas associações e ordens locais, com a supervisão dos curadores. O filme retrata experiências diferenciadas de projetar e viver, com o testemunho direto dos arquitetos. Em casas distintas, vemos o quotidiano a atravessar a arquitetura, antes e durante a pandemia”, explicou, em comunicado, o Camões – Centro Cultural Português em Brasília, que apoia este projeto.
O filme-exposição propõe experiências de arquitetura, de ateliers comprometidos com uma prática social que integra modelos construtivos locais, sensibilidade artística e o saber disciplinar da arquitetura.
“Sociabilidade” e “quotidiano” são as palavras-chave do guião fílmico, que captou as urgências particulares de cada contexto, revertidas no programa da habitação, individual ou coletiva.
“No filme, os arquitetos falam-nos e mostram-nos diferentes perspetivas deste lugar. Ouvimos vozes diversas e contrastantes colocadas em coro fílmico, diálogos que atestam os desafios atuais que se colocam à arquitetura da casa: a adaptação a novas funcionalidades, a saúde, a sustentabilidade”, detalha o comunicado do Camões.
Em relação aos projetos habitacionais apresentados, colocam-se três questões: “a casa transformada em local de trabalho passa a ter outro nome? Como se vive/trabalha nestas casas? Como é viver e trabalhar durante a pandemia?”
Nesse sentido, o filme apresenta o testemunho, “por vezes emocionante”, a partir dos oito territórios que integram a CIALP e 11 experiências projetuais, de arquitetos à procura de respostas.
“‘Arquiteturas em Português — Diálogos Emergentes’ coloca em relação e em perspetiva, diferentes geografias e contextos, onde é possível constatar como a arquitetura pode ser um modo privilegiado de lidar e eventualmente transcender as condições sociais e sanitárias, condicionantes econômicas e políticas destas diferentes partes do mundo”, acrescenta a nota.
Apresenta, assim, uma narrativa “do nosso tempo, tomada pelas incertezas do presente”, conclui o documento.
O filme-exposição é uma produção “Cedro Plátano”, realizada a partir do material enviado pelos ateliers selecionados, com edição e pós-produção de Joana Linda e Renata Sancho, música original e mistura de Philippe Lenzini e design gráfico de vivóeusébio.
De Portugal foram selecionadas as obras “Casa Vermelha”, do ExtraStudio (Azeitão, 2016) e Casas 6 e 12, de José Lobo Almeida, (Porto, 2018); do Brasil “Casas MBV2”, de Bruno Melo Braga (Ceará, 2020) e “Residencial Duarte Murtinho”, de Marcos Boldarini, (São Paulo, 2018); e de Cabo Verde o “Condomínio Asa”, de Maurício dos Santos (Praia, 2010) e “Habitação Palmarejo Grande”, de César Freitas (Praia, 2013).
Goa contará com “House in Assagao”, de Yatin Fulari, (Bairo Alto, 2017); Guiné-Bissau com “Residência + Hemeroteca”, de Geraldo Pina (Malafo, 2021); Macau com “The Studio”, de Jimmy Wardhana (Macau, 2016); Moçambique com “Condomínio Terra” de Ernesto Nagel (Maputo, 2018) e, por fim, São Tomé e Príncipe apresentá “Moradia Edson Gomes”, de Eudes Aguiar (Água Arroz, 2018).
Na cerimônia de inauguração está prevista a presença do embaixador de Portugal em Brasília, Luís Faro Ramos, do Cônsul-Geral no Rio de Janeiro, Luís Gaspar da Silva, do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e da diretora do Camões – Centro Cultural Português em Brasília, Alexandra Pinho, segundo fontes diplomáticas.