Da Redação
Os portugueses se estabeleceram especialmente no Rio de Janeiro com a vinda da Família Real Portuguesa. Cerca de 15 mil portugueses desembarcaram na capital do Império, contribuindo para o crescimento e avanço da cidade, que comemora 450 anos de fundação neste ano.
Parte dessa história será contata pelo professor e historiador Milton Teixeira, no próximo dia 27, às 14h, em uma visita guiada ao Cemitério da Penitência, no Caju, fundado em 1875. É lá que estão os túmulos e jazigos de diversas personalidades portuguesas daquele século, como o Barão de Vista Alegre, o Conde de Vilela e o Comendador Francisco Ferreira das Neves.
O passeio gratuito, realizado em aproximadamente 3 horas, conduzirá os visitantes pelas variadas obras sacras que decoram os jazigos perpétuos das famílias portuguesas. “Vamos percorrer a via principal e apresentar as capelas que margeiam a alameda, todas de membros da colônia luso-brasileira. Entre as obras, podemos mencionar àquelas do português José Vicente de Souza, em mármore”, elucida o professor, que há 30 anos pesquisa a história do Rio de Janeiro.
Segundo o administrador do Cemitério da Penitência, a ideia da visita comemorativa surgiu “porque grande parte dos túmulos é composta de pessoas de origem portuguesa que ajudaram a construir esta cidade”, diz Alberto Brenner Júnior.
Para participar do passeio, não é necessário fazer inscrição. O ponto de encontro é o pórtico de entrada do cemitério, onde estão os toaletes e bebedouros. O Cemitério da Penitência fica na Rua Monsenhor Manuel Gomes, 307, Caju. Informações pelo telefone (21)2580-4479.
A História
Fundado em 05 de março de 1875, o cemitério está ligado à Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus, sendo um dos mais antigos da cidade. Inicialmente, somente os Irmãos da Penitência eram enterrados no local. Esse marco coincide com a presença da Família Real Portuguesa na cidade, e no papel que as construções desempenharam no espaço político e cultural do Rio de Janeiro. “Com a proibição de enterramentos nas igrejas, em 1850, pensaram os irmãos em construir campo santo próprio. Foram então encerrados os sepultamentos nas catacumbas do morro de Santo Antônio, sendo transferidas para lá as antigas sepulturas”, explica Teixeira.
O administrador do cemitério destaca a importância desse tipo de turismo em espaços carregados de história e memória. Para ele, a visitação a esses locais pode significar uma contribuição para a sua preservação. “Os cemitérios são fontes de materiais de extrema riqueza que ajudam na construção do conhecimento sobre as diferentes culturas. Por isso, são considerados patrimônios culturais em todo o mundo, pois remetem aos restos mortais de pessoas, ilustres ou não, que contribuíram de alguma forma para a construção da história da humanidade”, comenta Alberto Brenner Júnior.