Ricardo Gomes é prova que nível de stress é alto no meio esportivo

Foto de teino. Marcelo Sadio/ vasco.com.br

(Odair Sene, da redação, com AGências) – O boletim médico divulgado no sábado, 03, informou que o paciente Ricardo Gomes, 46 anos, internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Pasteur, no Rio de Janeiro, apresentou uma boa evolução nas últimas 24h. Uma nova tomografia computadorizada cerebral, realizada ainda no sábado, evidenciou uma melhora em comparação ao último exame.
“O paciente permanece com o quadro clínico e neurológico estável, mantendo-se sedado, entubado (tubo traqueal) e em ventilação mecânica. Hoje foi iniciada a redução progressiva da sedação. As reavaliações são realizadas constantemente e modificações do quadro serão notificas. Não há previsão de alta do CTI e as visitas ao paciente estão restritas aos familiares (filhos e esposa)”, informava o BM.

O técnico do Vasco da Gama, Ricardo Gomes, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) durante uma partida no Rio. O problema cardíaco trouxe centenas de discussões à tona e segue rendendo muitas matérias em todas as mídias pela seriedade da ocorrência.
Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, quando uma artéria que leva o sangue ao cérebro é obstruída; e o hemorrágico, quando a artéria se rompe. O técnico teve o segundo tipo, mais raro. A dificuldade de fazer movimentos simples é um dos sinais do AVC.
Especialistas alertam que a primeira recomendação neste caso é acionar o serviço de emergência. Ligue imediatamente para os telefones 190, 192 ou 193 em todo o Brasil. Tendo um AVC, a pessoa fica com suor, muita falta de ar, tontura e um formigamento. Nesse formigamento, ele procura algum local para apoio, mas não consegue, a tendência é soltar o corpo, cair.
No caso de convulsão, a crise pode durar segundos ou minutos. O mais importante é evitar que a pessoa bata a cabeça no chão. Para isso, é preciso usar um apoio, como um pano, ou uma blusa. Quando a convulsão parar, a cabeça deve ser colocada de lado para que ele respire melhor.
Em qualquer caso, a recomendação é acionar os serviços de socorro que terá atendimento de especialistas, o leigo dificilmente terá conhecimento suficiente e controle da situação. O problema é que, a cada minuto de retardo no atendimento, você perde 10% de chance de salvar essa vida, alerta especialistas.
Segundo matéria exibida no domingo, 4 de setembro, pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, num caso de desmaio não se deve utilizar álcool ou vinagre nem mesmo nos pulsos do paciente. “Esse álcool, quando inalado, é um sinal de agressão para o sistema nervoso central”, explicou a socorrista na simulação exibida.
Tapas e outros movimentos bruscos no corpo, como sopapos ou chacoalhões também não são recomendados. O importante é checar se a pessoa está respirando e com pulsação normal. “Se estiver tudo bem, resta aguardar, porque é uma situação transitória”, garante a socorrista.
Se a saliva, por exemplo, estiver atrapalhando a respiração, é preciso manter o pescoço esticado, liberando a circulação de ar. Os primeiros-socorros são fundamentais para evitar sequelas mais graves. Lembrando que cada minuto é importante para salvar o cérebro.

Nível de stress no mundo esportivo é alto

O problema vivido pelo treinador do Vasco abriu uma enorme discussão no meio esportivo, principalmente entre técnicos de futebol, estressados por vários motivos. Hoje esses super-homens dos clubes cuidam das cabeças dos jogadores, cuidam de negócios como contratações, cuidam de categorias de base, são os grandes responsáveis por todas as derrotas e, entre tantas outras coisas, são responsabilizados por praticamente tudo que acontece no elenco, o qual, aliás, é montado por eles e, se não render o esperado, o treinador é o primeiro a perder o emprego. Fora a cobertura diária dos jornalistas no ambiente de trabalho, muitas vezes até na vida pessoal. Ainda tem a marcação dos dirigentes e, para não parecer pouco, a torcida tem marcação acirrada.
Com tanta pressão na função, não há sistema nervoso que aguente. E o ocorrido com o técnico Ricardo Gomes rendeu comentários de grande parte dos treinadores brasileiros. Não só pela torcida ao companheiro de profissão como pela pressão vivida cotidianamente por todos. Seja de time grande, médio ou de equipes menores. Se o time tem uma “Kombi” com torcedores, pronto, vai ter alguma pressão.
As imagens das emissoras de TV mostraram inúmeras vezes cenas de altíssimos níveis de estresse externados pelos campos brasileiros, à beira dos gramados por esses profissionais. Alguns deles, como Felipão e Murici Ramalho, por exemplo, famosos pelos “sopapos linguísticos” e pelo palavreado, mantém uma carga de tensão tão grande que acabam carregando o nervosismo para além do campo, em vestiários e pior, nas coletivas quando não conseguem muitas vezes um mínimo de controle e acabam respondendo aos jornalistas com grosserias muitas vezes tão inúteis quanto algumas atitudes de torcedores.
E em meio à tanta violência e guerra envolvendo torcidas de futebol, Ricardo Gomes, sem saber, mobilizou grandes e pequenos clubes brasileiros, os quais nos últimos jogos, têm entrado em campo com frases de apoio ao “cara do bem” – como é chamado no meio esportivo. Ou seja, por muitos momentos nesses últimos dias, os atletas e dirigentes perceberam que no futebol não devem existir inimigos, apenas e unicamente adversários e ainda assim, apenas durante uma partida de futebol (que aliás, é apenas um jogo de futebol). Terminado o jogo, que haja consciência de que todos são homens de família, responsáveis por muitas vidas e a vida deles em campo ou fora, tem que ser mais respeitas e valorizadas por um sistema extremamente penoso.

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