Revista “Comunidades”, de Coimbra, comunica encerramento das atividades por falta de apoio

Mundo Lusíada

Neste último dia de agosto, dia 31, a direção da “Revista Comunidades” – propriedade da empresa CEVID Cedilha Evidente, Lda – assinada pelo jornalista Abílio Bebiano (de Coimbra) comunicou (com surpresa) o envio do último número da publicação que trazia uma edição mensal da revista e um portal de notícias mantido em: www.revistacomunidades.pt

“Depois de cumpridos todos os compromissos associados à edição da revista Comunidades de agosto e, também, na plataforma de informação diária www.revistacomunidades.pt até ao dia de hoje, 31 de agosto, damos como encerrado este projeto de comunicação, que vimos trabalhando desde 2014 e totalmente dirigido aos portugueses e lusodescendentes que vivem e trabalham no estrangeiro”, diz na nota.

Segundo sua direção, o principal motivo pela paralisação da publicação foi “falta de apoio” com enorme falta de interesse principalmente de setores políticos, com destaque para Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e algumas gestões da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.

Com elogio ao atual ministro José Luís Carneiro (antigo SECP) e criticas maiores à secretária indicada por Carneiro, Dra. Berta Nunes numa altura que ainda estava como “Port.Com” – projeto que depois voltou ao mercado como “Revista Comunidades” a crítica dirigida à SECP foi mais patente tanto pelo apoio que não teve, quanto pela falta de gerência da secretária, segundo a nota: “(…) notou-se bem a impreparação e desconhecimento dos problemas da emigração portuguesa da nova SECP para este cargo, talvez atribuído como “prémio” pelos resultados eleitorais conseguidos em Bragança (…)

Também na época da pandemia da Covid-19 a revista não foi contemplada com ajuda financeira que beneficiava OCS da diáspora – encerrando naquela altura o projeto “Port.Com”. A publicação acabou por não ser considerada da diáspora porque tinha sede em Coimbra, e não foi considerada como uma publicação de dentro do país porque era dirigida ao estrangeiro, segundo a direção, faltou interesse por parte dos gestores públicos.

Depois, com promessas de apoio, a empresa gerida pelo jornalista Abílio Bebiano retornou ao mercado com o novo título: “Revista Comunidades”, publicando a sua primeira edição em agosto de 2020, com as habituais ações realizadas em território nacional e dedicadas às famílias de emigrantes que vieram passar as férias em Portugal.

“Foi o primeiro projeto transversal dirigido especialmente à emigração portuguesa, tendo como parceiros na área editorial as publicações de língua portuguesa mais influentes nas principais comunidades com que temos colaborado até aos nossos dias”.
Com maiores elogios ao antigo secretário José Cesário (um apoiador e incentivador desde o início), a nota também criticou o atual SECP Paulo Cafôfo, que tomou posse em 30 de março de 2022. “Mais um ex-presidente de Câmara que renunciou ao cargo para se candidatar a presidente do Governo Regional da Madeira. Pessoa sorridente e simpática que, logo no início do seu mandato, levantou um autêntico muro de silêncio com a comunicação social.”

“Uma Secretaria de Estado que não comunica, não informa, não mantém diálogo e permite detetar no seu staff pessoas “atentas, venerandas e submissas” para “agradar ao chefe”, tal como a generalidade dos funcionários públicos que nada sabem fazer e não fazem a mais pequena ideia de como se funciona na “privada” e no esforço financeiro e pessoal necessários ao bom desempenho do trabalho que se realiza. Mas o “chefe” é quem escolhe o staff e o povo a pagar, como é normal”, refere a nota dizendo ainda que os cidadãos com morada no estrangeiro são tratados como “segunda classe” por essas duas últimas gestões da SECP.

Ao final a justificativa determinante para acabar com o projeto: “As forças e energias para o projeto Comunidades já não são as mesmas do início da Port.Com (título anterior ao atual) e, neste momento, mais vale desistir do que agravar a saúde face à situação a que Portugal chegou politicamente e ao ainda não reconhecimento da emigração portuguesa por quem nos temos debatido estes anos”.

Agradecimentos ao Presidente Marcelo que teve um artigo assinado nesta última edição:
Um especial reconhecimento e apreço ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por considerarmos ser o único político português que sempre respeitou os emigrantes portugueses e nunca se serviu da emigração para ambições políticas ou pessoais.

Para aceder a última edição clique aqui >>>

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