Reviravoltas e Loucuras

CONTINUA, ININTERRUPTAMENTE, a marcha triunfante da grande criminalidade organizada, e aos mais diversos níveis, no Portugal da III República, agora já na fase de profundo apodrecimento moral.

Desta vez, eis que nos surgiu uma rede que falsificava dados destinados à obtenção do rendimento mínimo de inserção. Uma rede que atuava, no mínimo, na zona de Gaia e que, ao que se noticiou, envolveria romenos e funcionários dos CTT e da Segurança Social. Mais um passo no caminho amplo do soma e segue.

AO MESMO TEMPO, E PERANTE O EXCELENTE AMBIENTE DO PAÍS, mais uma ampla manifestação frente ao Ministério da Administração Interna, mas agora por parte de mui largas centenas de soldados e sargentos da GNR. Um impensável espetáculo.

Repletos de razão, com o mau exemplo que hoje vem de cima, e para mais com Miguel Macedo nada talhado para as lides deste setor, os dias vão passando e lá se vão mantendo os mil e um absurdos que poucos imaginariam ser possíveis. A pergunta que agora tem de colocar-se, tendo em conta Miguel Macedo, é esta: quando chegará a vez dos homens e mulheres da PSP? E já agora: e das secretas? Aguardamos com excitação.

DO MESMO QUILATE FOI A NOTÍCIA RECENTE, a cuja luz a Lusoponte terá recebido o valor das portagens pagas pelos automobilistas, mas também a parcela que costumava ser paga quando as mesmas não eram cobradas àqueles. A ser assim, fico perplexo com o atual silêncio do Tribunal de Contas e de Carlos Moreno, sempre tão lestos com os desvarios dos dois anteriores Governos. Afinal, em que se fica?

NO MEIO DA BALBÚRDIA NACIONAL QUE HOJE PASSA, lá nos surgiu a voz lúcida de António Capucho, capaz de reconhecer esta realidade que se nos vem impondo aos poucos: o Governo irá até ao final da legislatura graças a Paulo Portas e aos governantes oriundos do seu partido.

Ao mesmo tempo, conta-nos o que ainda há menos de um ano se dizia do PS no Governo, mas agora sobre o seu partido: hoje, o PSD não existe, as portas estão fechadas. Ou seja, também este PSD se transformou num partido de um homem só, embora ainda se não consiga descortinar se esse homem é Pedro Passos Coelho ou Miguel Relvas.

CONTINUANDO COM ANTÓNIO CAPUCHO, compreende-se facilmente o que se contém na famigerada legislação sobre as freguesias, porque o histórico laranja salientou agora que os critérios propostos pelo Governo para a extinção de freguesias são um disparate completo e uma palhaçada.

Bom, nem me determinei a ler a legislação em causa, porque entre um autarca com o prestígio histórico-político de Capucho e Relvas, eu escolho sempre o primeiro nas primeiras mil escolhas. Logo, com elevadíssima probabilidade, deve ter a mais cabal razão. E não teria de ser assim?

AFINAL, PARECE QUE BRUXELAS entenderá que o que tem tido lugar com as SCUT é contrário à legislação comunitária em vigor. O Álvaro, porém, diz que talvez não seja assim, pelo que irá confrontar Bruxelas com a razão económica do que se tem passado.

Perante isto, de pronto me recordei de João Cravinho, e da sua presença em Londres, pelo que seria de boa lógica que este tentasse, com o seu prestígio e a sua razão, mostrar às autoridades europeias o que o motivou no passado neste domínio, e onde, como acredito, poderá ter razão.

De resto, também aqui, entre Cravinho e o Álvaro, eu escolherei sempre o primeiro nas primeiras mil escolhas, até porque talvez seja preferível ensinar em Vancouver do que correr os riscos que se anunciam aqui por Portugal.

Enfim, a verdade é que os dias ainda não deixaram de existir e de passar, pelo que novas reviravoltas ou loucuras num ápice nos chegarão.

 

Por Hélio Bernardo Lopes
De Portugal

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