Da Redação
O Primeiro-Ministro português, António Costa, afirmou que “reter o talento das novas gerações é o maior desafio estratégico de Portugal” para o futuro.
Durante encerramento no V Congresso da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Econômico e Social, na sexta-feira no Porto, o Primeiro-Ministro salientou que «os recursos europeus são muito importantes mas são renegociados a cada sete anos, enquanto a formação de uma geração leva 25 a 30 anos».
Neste contexto, António Costa explicou que as qualificações são um dos três pilares fundamentais, juntamente com o investimento e a inovação, em que tem de assentar o modelo de desenvolvimento econômico do País.
“Concentram 44% do conjunto de fundos comunitários de que Portugal vai dispor nos próximos 17 anos num total de 17 mil milhões de euros”, acrescentou.
O Primeiro-Ministro realçou que Portugal tem hoje a sua geração mais qualificada de sempre e a terceira maior taxa de recém-graduados em engenharia no conjunto da União Europeia, «apenas atrás da Alemanha e da Áustria».
“Sabemos que este é o caminho da prosperidade e da convergência e temos metas concretas para o assegurar. Avançamos muito mas temos ainda muito para avançar”, disse.
O Governo estabeleceu como prioridade «garantir 50% de graduados na faixa entre os 30 e os 34 anos até 2030 e aumentar em quase 40% os novos graduados nas áreas das ciências, tecnologias, engenharias, artes e matemáticas, formações capitais para sustentar o processo de modernização do Pais assente na inovação e na capacidade de produzir bens e serviços de maior valor acrescentado».
António Costa afirmou que estes objetivos estão em linha com os compromissos assumidos na cimeira social realizada no Porto durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que incluem ainda o objetivo de assegurar que, até 2030, 60% dos adultos participem em cada ano em ações de aprendizagem ao longo da vida».
O Primeiro-Ministro salientou também a forma como a aposta no ensino e na formação profissional teve um impacto profundo no País, com o “ensino cada vez mais alinhado com as necessidades do tecido produtivo, melhorando a empregabilidade e a competitividade das empresas, com um contributo determinante para a resiliência social de Portugal”.
Portugal tem “um problema social muito grande para o futuro, com situações com pessoas sobrequalificadas para os empregos que ocupam e também simultaneamente subremuneradas, gerando situações de frustração e de risco de incentivo à emigração”.
António Costa sublinhou que Portugal está desde 2017 com saldos migratórios positivos mas reconheceu que «é preciso fazer mais para atrair e reter talento e para assegurar sustentabilidade demográfica».
“Temos dinamizado em sede de concertação social a discussão sobre agenda do trabalho digno e de valorização dos jovens no mercado de trabalho, tendo encontrado um acolhimento muito favorável por parte de todos os parceiros. É um desafio que só podemos enfrentar em conjunto, ajudando o Estado a criar melhores condições para a melhoria do rendimento disponíveis das jovens famílias e famílias com filhos ao mesmo tempo que as empresas têm de progressivamente fazer um esforço de procurar atrair e remunerar condignamente estes jovens, tendo em conta o nível da sua formação”, disse.