Da Redação
Está em trâmite no Senado, um Projeto de Lei que obriga os estabelecimentos comerciais como restaurantes, lanchonetes, hotéis e bares, a disponibilizarem cardápios braile para atender os deficientes visuais.
O objetivo é que eles tenham autonomia para escolher seu próprio prato, com a descrição das sugestões, valores, entre outras informações.
Embora existam algumas dificuldades na adaptação, alguns empresários, preocupados com a acessibilidade de pessoas com deficiência visual em seus estabelecimentos, buscaram soluções para promover o acesso de pessoas com deficiência visual aos seus serviços de forma autônoma e independente. Exemplos disso são os restaurantes paulistanos Arabesco, Tantra, Cafezal Cafés, Divino Fogão e Almanara, que se prepararam para atender aos clientes com necessidades especiais.
“É extremamente importante atender todos os públicos e prestar um suporte exclusivo, que vai desde o atendimento à acomodação dos clientes. Justamente pensando neles que formatamos um espaço para acomodar os deficientes visuais com seus cães guias”, relata Beto Isaac, restauranteur do Arabesco, casa árabe localizada em dois endereços em São Paulo.
Isaac reforça que todos os estabelecimentos deveriam cuidar de toda a estrutura e preparar seus funcionários para atendê-los. “Além do cardápio, é preciso ter um espaço reservado para o cão-guia, além de um melhor acesso ao deficiente visual. Os deficientes visuais também podem ser auxiliados na hora de cortar os alimentos, além da leitura minuciosa da conta para que ele saiba o que consumiu e o que está pagando”, comenta.
Segundo Regina Fátima Caldeira de Oliveira, deficiente visual e uma das coordenadoras da Fundação Dorina Nowill para Cegos, em entrevista para o Portal Vida Mais Livre, além de muitos estabelecimentos não terem o suporte com cardápios em braile há outros problemas. ”Esses restaurantes precisam preparar os funcionários para atender pessoas com deficiência visual. Alguns garçons se dirigem a nossos acompanhantes para saber o que desejamos comer ou beber. Outros colocam os pratos e copos à nossa frente sem nos informar onde estão”, desabafa.