Da Redação
No início do ano, a EDP – empresa portuguesa que atua no setor elétrico brasileiro – anunciou o investimento de R$ 12 milhões para a restauração do Museu Paulista, conhecido na capital paulista como Museu do Ipiranga.
Com esse investimento, realizado por meio do apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a EDP será a primeira empresa a fechar um contrato com a Universidade de São Paulo (USP) para apoiar a obra de recuperação do Museu, fechado desde 2013.
A obra tem duração prevista de 30 meses e a reinauguração está programada para 2022, o ano do bicentenário da Independência do Brasil.
“Estamos em um momento histórico, que é a aproximação do marco do bicentenário da Independência do Brasil. Como maior investidor português no País, não poderíamos deixar de estar presentes em um evento tão importante, junto ao Governo do Estado e à USP. O Museu do Ipiranga é um patrimônio que conecta a memória de Portugal e do Brasil, e está no coração do povo brasileiro”, afirmou Miguel Setas, presidente da EDP no Brasil.
“Queremos o Museu do Ipiranga pronto em 2022 para as celebrações do Bicentenário da Independência. O caminho trilhado até agora viabiliza essa meta, mas precisamos da ajuda da sociedade. E o apoio do Governo do Estado é fundamental nesta etapa”, explicou a diretora do Museu, Solange Ferraz de Lima.
O Museu foi inaugurado em 7 de setembro de 1895 como museu de História Natural e marco representativo da Independência, da História do Brasil e Paulista. Em 1963, o Museu foi integrado à Universidade de São Paulo e tornou-se uma instituição científica, cultural e educacional com atuação no campo da História.
Em 2013, o edifício-monumento foi fechado à visitação por problemas de infiltração de água nos forros e teve início o desenvolvimento de um grande projeto de reforma. As coleções do acervo e os laboratórios foram transferidos para imóveis alugados e especialmente adaptados para esse fim.
Segundo a universidade, foi também investido no planejamento estratégico para a captação de recursos para a obra de restauração, estimada em R$ 120 milhões.
Além da adequação às normativas atuais de infraestrutura, acessibilidade, segurança e sustentabilidade, o edifício será ampliado em 4 mil metros quadrados. A nova área pretende uma melhoria dos acessos e fluxos, acolhimento do público e novas facilidades como área de exposições temporárias, auditório, salas para ações educativas, café e loja.
Embora o Museu esteja fechado para a visitação pública, suas equipes não deixaram de atuar em atividades regulares e na realização de eventos em parceria com outras instituições, como a exposição “Arte e História nas Coleções Públicas Paulistas”, que aconteceu no Hall Nobre do Palácio dos Bandeirantes.
Não é a primeira vez que empresas portuguesas se aproximam do governo de São Paulo para patrocinar obras culturais. Em 2017, empresários ligados à comunidade portuguesa anunciaram a recuperação da fachada do Theatro Municipal, no Centro de São Paulo, em parceria com o então prefeito João Doria.
Também a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa na capital tem patrocínio master da EDP, após o incêndio de 2015. O museu tem sua reabertura prevista para dezembro de 2019, com mais espaço destacado ao português falado fora do Brasil que sua versão anterior e mantendo a diversidade de sotaques dos brasileiros.