Da redação
Com Lusa
O ministro português da Economia argumentou ser um “sinal externo muito negativo” o relatório da OCDE, ainda não divulgado, que indica a corrupção como um dos principais problemas da economia nacional, colocando Portugal ao nível da Nigéria e Iraque.
“Colocar acima de alguns fatores estruturais a corrupção, acho que não é muito profícuo e dá um sinal externo muito negativo”, criticou Pedro Siza Vieira, em audição parlamentar.
Na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, o ministro Adjunto e da Economia explicou que a informação que tem sobre o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que “será publicado em breve”, é que “identifica a corrupção como fator estrutural de deterioração da competitividade portuguesa”.
Siza Vieira sublinhou a importância de combater “em todas as circunstâncias” a corrupção, mas disse que “identificar o problema da corrupção como fator de degradação da economia portuguesa é desviar a atenção de coisas importantes” como as dificuldades de acesso ao capital e de qualificação de recursos humanos e as baixas taxas de poupanças.
“E fico bastante desapontado que o contributo que a OCDE tem para dar à economia portuguesa é pôr o combate ao problema da corrupção como uma coisa mais importante, por exemplo, que a qualificação dos portugueses e dar um sinal ao mundo que estamos ao mesmo nível que a Nigéria ou do que o Iraque”, disse.
No início do mês, o jornal Expresso indicou que a corrupção é destacada, pela primeira vez, num relatório da OCDE sobre a economia portuguesa, que é publicado a cada dois anos.
O jornal referiu que na base desta conclusão está o trabalho da equipe do antigo ministro Álvaro Santos Pereira, o Economic Survey, um radar da OCDE sobre a economia portuguesa.