Da Redação
Com Lusa
A Ordem dos Arquitetos (OA) certificou no ano passado 535 profissionais para trabalharem no estrangeiro, pedidos que têm vindo a aumentar desde 2011, com destino sobretudo para o Reino Unido, Brasil e Angola.
Contactada pela agência Lusa, fonte do gabinete de comunicação da Ordem dos Arquitetos revelou que o Reino Unido (com 155 certificados) é o país cuja procura se tem mantido “em contínuo crescimento”, seguido do Brasil (58) e Angola (47). Nos destinos preferidos pelos arquitetos portugueses seguem-se a Espanha, a França e a Suíça.
Os dados da OA – entidade que passa os certificados aos profissionais que querem sair do país para se inscreverem em ordens congéneres no estrangeiro – indicam que os pedidos de certificados aumentaram apenas 0,75% de 2013 para 2014 (531 certificados em 2013 para 535 em 2014).
No entanto, nos três anos anteriores, o aumento de pedidos foi de 71,65% em 2011, 54,88% em 2012, e 15,43% em 2013, período em que o setor da construção sofreu um forte impacto da crise econÔmica em Portugal.
Estes certificados, segundo a entidade, são documentos essenciais para que os arquitetos portugueses possam assinar projetos noutros países, mas ressalva que “não correspondem aos arquitetos que trabalham no estrangeiro, cujo número global a Ordem não tem forma de contabilizar”.
De acordo com a entidade, há arquitetos portugueses que trabalham no estrangeiro mas não assinam projetos, não sendo detentores do certificado.
Ao todo, nos últimos 11 anos, 2.756 arquitetos pediram estes certificados à Ordem para trabalhar no estrangeiro revelou a OA à Lusa. De acordo com os dados da Ordem, em 2003, foram passados 65 certificados a arquitetos que pretendiam trabalhar fora de Portugal, número que passou para 531 em 2013.
Apesar da enorme variação, o universo destes profissionais também aumentou muito nos últimos anos da última década, e atualmente situa-se nos 17 mil arquitetos a nível nacional.
Entre 2006 e 2008, verificou-se um grande aumento de pedidos de certificados – para 240 -, baixou depois para 160 e 173, em 2009 e 2010, mas viria novamente a subir em 2011, para 297, e em 2012, para 460 pedidos.
Quanto aos países de destino preferidos, entre 2003 e 2006, a Espanha aparecia em primeiro lugar, seguida do Reino Unido, de Angola e Cabo Verde; em 2007 e 2008, foi o Reino Unido a liderar, e, em 2009, Angola.
Em 2010, o Reino Unido voltou ao primeiro lugar, foi ultrapassado em 2011 pelo Brasil, mas voltou a dominar em 2012 e em 2013, seguido pelo Brasil, Espanha e Angola, que, nestes dois anos, alternaram posições entre si.
Em julho de 2013, no seu 13.º congresso, a OA debateu os problemas que os profissionais do setor têm enfrentado no país, onde o mercado de trabalho tem estado em queda.
No entanto, este ano, o presidente da Ordem, João Santa-Rita, em declarações à agência Lusa ao fim de um ano na direção, indicou que “o investimento de algumas câmaras municipais do país em projetos de reabilitação de edifícios deu novo ânimo aos arquitetos em 2014”.