Reeleita, Teresa Bergher promete mais atenção à saúde no Rio

Por Igor Lopes
Do Rio para Mundo Lusíada

A vereadora portuguesa Teresa Bergher (PSDB) foi reeleita, no domingo, dia 7 de outubro, com mais de 27 mil votos no Rio de Janeiro. Nas urnas, Teresa, além de ter o mandato renovado, conseguiu a 15º colocação geral em número de votos no Rio e obteve, em termos de partido, a segunda maior votação. Nessa nova fase, Teresa promete empenho em temas como a saúde e o saneamento básico. Sobre a comunidade portuguesa, um dos objetivos é apoiar a cultura lusitana na cidade. Teresa vai ser a única cidadã portuguesa a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal.

Em mais uma eleição para vereador, Teresa Bergher conseguiu o seu terceiro mandato seguido. Desta vez, Teresa foi o segundo nome mais votado do PSDB, desbancando Andrade, ex-técnico, jogador e ídolo do Flamengo. O atleta chegou a contar com o apoio de Zico, outro nome forte rubro-negro. Mas Teresa garante que esse não foi o maior dos obstáculos.

“Essa campanha foi bastante complicada. Tivemos uma eleição muito difícil no meu partido. Toda a campanha foi feita em torno do PMDB e do Marcelo Freixo. O PSDB ficou perdido no meio desses dois partidos”, observa Teresa, que diz ter recebido bastante apoio, como o da fadista Maria Alcina.

“Recebi muito apoio da comunidade judaica, portuguesa, bem como das instituições lusas, além da imprensa e de artistas, que sempre procuram prestigiar e divulgar a cultura portuguesa. Sou portuguesa assumida e defendo as tradições e costumes da nossa comunidade. Por isso, recebi o resultado com alegria”, afirma a vereadora Reeleita, que garante que há muito ainda por fazer.

“Existe muita coisa a ser feita pela comunidade portuguesa carioca. Temos que resgatar a nossa história. Por exemplo, a data do Descobrimento do Brasil não é comemorada. Em relação à população do Rio, em geral, posso dizer que existem problemas sérios, como, por exemplo, na saúde. Ainda temos pessoas morrendo nas filas dos hospitais. Sem falar na falta de saneamento básico, com atenção para os bairros da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. A cada um Real que gastamos em saneamento básico deixamos de gastar cinco na saúde”.

Preocupação após campanha

O seu novo mandato começa somente no dia 1 de janeiro. Mas, na opinião de Teresa, é preciso continuar, desde já, o trabalho em prol da comunidade. “Não parei de atuar em nenhum momento durante a minha campanha. Sou a vereadora mais assídua da Câmara”, sublinha.

Outro fator de preocupação para a recém-reeleita vereadora foi o baixo número de eleitores que votaram em vereador. Segundo o TRE, cerca de 40 por cento dos eleitores optaram por não votar em nomes para a Câmara Municipal. “Devemos avaliar essa mensagem. As pessoas estão cansadas”, avalia Teresa.

Menos 12% de votos

A trajetória de Teresa Bergher na vereação da Câmara Municipal do Rio começou em 2004, pelo PFL, partido do então prefeito reeleito César Maia. Nessa ocasião, Teresa alcançou o apoio de 29.346 eleitores. Já no PSDB, em 2008, Teresa se elegeu com 31.375 votos. Nessa eleição, o partido da social democracia brasileira conseguiu cinco lugares na Câmara Municipal do Rio, sendo a candidata portuguesa a conseguir o segundo maior número de votos do partido. O mesmo aconteceu este ano. Embora Teresa tenha acumulado o segundo maior número de votos (27.344) do PSDB, o seu partido conseguiu somente duas colocações na Câmara. No entanto, Teresa, que atualmente é presidente das Comissões de Ética e de Direitos Humanos da Câmara, teve 12 por centro a menos de votos este ano do que em 2008. Segundo a vereadora, esse dado acaba sendo compensado pelo fato de que, nesta eleição, menos pessoas votaram para vereador no Rio.

O PMDB obteve o maior número de cadeiras na Câmara Municipal carioca. O partido do prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes, vai contar com 13 dos 51 vereadores. A candidata mais votada na cidade foi Rosa Fernandes (PMDB), com 68.452 votos.

 

Candidatos da comunidade avaliam resultados

Apesar de ter recebido mais de 17.500 votos, o vereador Roberto Monteiro (PC do B) não conseguiu a reeleição. Tido como um dos políticos mais atuantes na comunidade portuguesa carioca, Roberto ficou em 53º lugar na listagem geral de votos. Mesmo assim, foi o candidato com propostas para a comunidade portuguesa que mais votos recebeu, depois da reeleita Teresa Bergher (PSDB). No seu perfil do Facebook, Roberto admitiu a derrota eleitoral, mas acredita ter tido uma vitória política, “em função de sermos um dos pouquíssimos vereadores que conseguiram um acréscimo de 25% em relação à votação anterior”. O atual vereador anunciou ainda a sua candidatura para daqui a dois anos.

“É com a força do carinho e do incentivo de todos estes milhares de amigos que deixo claro, desde já, que meu nome estará entre os que disputarão a eleição de 2014, contando de novo com cada um de vocês”, revela Roberto Monteiro.

O terceiro nome mais bem votado da comunidade lusa no Rio foi o presidente do Arouca Barra Clube, Marcelo Brandão, com 1.901 votos. Concorrendo pelo PSDB, Marcelo conseguiu uma vaga de suplente, após ocupar a 245º colocação na classificação geral, na sua primeira corrida eleitoral. A nossa reportagem não conseguiu contato com Marcelo até o fechamento da edição.

Por sua vez, o advogado português, César Ferreira, que concorreu pelo PP, conseguiu apenas 627 votos. Em entrevista ao Mundo Lusíada, César admitiu esperar um resultado melhor, mesmo assim, vai avaliar a sua campanha para encontrar os erros cometidos.

“De fato, o resultado foi abaixo das nossas expectativas. Trabalhamos forte na divulgação das nossas propostas, mas não fomos felizes. Não atingimos o objetivo. Fizemos campanha principalmente em Jacarepaguá, Vila Valqueire, Madureira, Marechal Hermes, Beto Ribeiro, entre outros. O nosso objetivo não foi compreendido”, comenta César, que já faz planos para 2014, quando vai concorrer a deputado federal, além de lançar, como candidato a deputado estadual, o filho Vítor Ferreira.

Mas o resultado menos favorável dos candidatos da comunidade portuguesa foi a do ex-presidente da Casa de Viseu, Marinho Nunes (PP). Com o apoio de apenas 354 eleitores, Marinho acredita que, nessa sua primeira tentativa política, na qual ficou na 905º posição geral, a experiência foi positiva.

“Esperava ter mais votos, claro. Não coloquei dinheiro na campanha. Só utilizei o material fornecido pelo partido. Vou reavaliar se vale a pena tentar uma eleição em 2014 ou 2016. Mas o mais importante foi conhecer como se desenrola uma campanha e ter contato com aspectos sociais. Vi muita miséria e muita gente portuguesa precisando de ajuda”, revela Marinho.

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