Rede 8 de março organiza protestos contra violência doméstica em cinco cidades portuguesas

Manifestação de protesto contra o acórdão da Relação do Porto sobre violência doméstica, Porto, 27 de outubro de 2017. A manifetação de hoje foi convocada nas redes sociais face ao caso de violência doméstica, traduzido na agressão a uma mulher pelo ex-marido e pelo ex-amante, que levou um juiz do Tribunal da Relação do Porto a manter a pena suspensa aplicada na primeira instância judicial de Felgueiras. 27 de outubro de 2017. FERNANDO VELUDO/LUSA

Da Redação
Com Lusa

A rede 8 de março, um coletivo de organizações feministas, promove nesta quinta-feira, Dia dos Namorados em Portugal, “protestos ruidosos”, em cinco cidades do país, contra o silenciamento da violência doméstica, pelas vítimas, mas também contra a violência no namoro.

Os protestos estão previstos para o Porto, para Braga, para Coimbra, para Aveiro e para Lisboa. No Porto haverá uma ação de sensibilização e de ‘visibilização’ sobre violência doméstica, “por todas [as mulheres] que tombaram, por todas as que sobreviveram, por todas as que vivem este inferno”, segundo um comunicado da organização.

O coletivo de organizações feministas lembra neste Dia dos Namorados que há estudos sobre violência no namoro que demonstram que “uma parte significativa dos e das jovens não reconhece situações tipificadas como violência”, alertando que “a violência se encontra ainda perfeitamente naturalizada e legitimada”.

“É um sinal de alarme que deve soar bem alto, porque estes dados revelam que os comportamentos abusivos começam desde muito cedo”, destacam, lembrando que neste ano já foram assassinadas 10 mulheres em Portugal.

Defendem que “nenhum país decente pode encolher os ombros perante uma tragédia que a cada dia soma mais vítimas” ou “pode considerar normal que 85% das queixas sejam arquivadas”.

“Nenhum país decente pode aceitar que as mulheres sobreviventes que conseguem levar o seu caso a tribunal sejam humilhadas por juízes como Neto de Moura”, criticam, referindo-se ao caso do magistrado do Tribunal da Relação do Porto, autor de um acórdão em que minimizou um caso de violência doméstica pelo fato de a mulher agredida ter cometido adultério.

Apontam que, como parte do país, não se podem calar e que, por isso, levantam a voz para lembrar as vítimas, mas também as sobreviventes e para chamar a atenção e denunciar a naturalização e a legitimação da violência.

“Levantamos a voz para dizermos que não aceitamos nem Ministério Público e Polícia laxistas, nem Tribunais machistas. Levantamo-nos para exigir medidas de combate à violência”, adiantam, acrescentando que “é urgente” uma aposta séria na formação e uma fiscalização à forma como a lei de prevenção e combate à violência doméstica é aplicada.

A Plataforma rede 8 de março existe desde 2011 e integra mais de 30 associações e sindicatos que têm como objetivo organizar uma greve feminista nacional no Dia Internacional da Mulher, que se assinala no dia 08 de março, com manifestações por todo o país, à semelhança do que aconteceu no ano passado em Espanha.

1 comentário em “Rede 8 de março organiza protestos contra violência doméstica em cinco cidades portuguesas”

  1. Devemos pregar o evangelho a toda criatura, Jesus e o caminho a verdade e a vida e ninguem vem ao pai a nao ser por ele, muito obrigada seu post tem me ajudado muito a me tornar uma pessoa bem melhor.

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