Da Redação
Com Lusa
O vice-presidente do PSD Marco António Costa considerou inaceitáveis e inapropriadas as reações de partidos da esquerda à intervenção de Aníbal Cavaco Silva, afirmando que constituem uma tentativa de silenciar o ex-Presidente da República.
“A reação destes partidos foi uma violenta, inapropriada e inaceitável tentativa de silenciar um ex-Presidente da República que com toda a legitimidade tem o mesmo direito dos seus antecessores em assumir as posições públicas que bem entenda”, escreveu Marco António Costa na sua página da rede social Facebook.
Na quarta-feira, Cavaco Silva deu uma ‘aula’ de 50 minutos na Universidade de Verão do PSD, na qual defendeu que “a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia” e os que, nos governos, querem realizar a revolução socialista “acabam por perder o pio ou fingem que piam”.
O ex-Presidente criticou também o que considera ser a “verborreia frenética” da maioria dos políticos europeus, elogiando a exceção do Presidente francês, Emmanuel Macron, e pediu aos jovens “força e coragem para combaterem o regresso da censura”.
Cavaco Silva dedicou ainda uma parte da sua intervenção a elogiar a estratégia comunicacional de Macron, dizendo ver semelhanças com a que adotou quando exerceu cargos de poder e que passa por recusar qualquer “promiscuidade com jornalistas”.
Afirmações que levaram o PS a acusar Cavaco Silva de falta de sentido de Estado e a lamentar que quando estava em Belém não tivesse “piado mais” na defesa dos portugueses.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou as declarações de Cavaco Silva sobre a atuação das esquerdas “iguais às que se esperavam”, referindo que a realidade tem vindo a desmenti-lo “há já bastante tempo”.
Posições que para Marco António Costa contrariam “a cultura democrática” que em Portugal “sempre primou por um particular respeito pela opinião emitida por ex-Presidentes da República”.
“Percebe-se que foi certeiro no que disse, pois só isso justifica tais reações”, escreveu Marco António Costa.
O vice-presidente do PSD considerou ainda que os ex-Presidentes Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio “sempre formularam críticas e emitiram opiniões políticas que muitas das vezes visaram governos ou agentes políticos. Ora, tal circunstância não gerava reações do nível das que assistimos, protagonizadas pelo PS, PCP e BE, a propósito da intervenção do Professor Cavaco Silva na Universidade de Verão da JSD”.