Quem não cumprir regras de vacinação deve ser punido, diz Primeiro-Ministro

Da Redação
Com Lusa

O primeiro-ministro defendeu nesta quarta-feira que devem ser punidos os casos de abuso e de não cumprimento das regras de prioridade no atual processo de vacinação e pediu aos cidadãos “confiança” nas autoridades técnicas e de saúde.

“Quem não cumpre as regras de vacinação deve ser punido”, declarou António Costa no final de uma visita às unidades de saúde de Alvalade e Parque, em Lisboa, depois de confrontado pelos jornalistas com situações de abuso e de não cumprimento de prioridades no processo de vacinação contra a covid-19.

Ao lado da ministra da Saúde, Marta Temido, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, o primeiro-ministro procurou também passar uma mensagem no sentido de que não haja ansiedade em relação a este processo de vacinação.

“Há algo que é fundamental: Não vale a pena termos um excesso de ansiedade, nem vale a pena correr para as unidades de cuidados de saúde para pedir a vacina. Cada um vai ser contactado para no momento próprio poder receber a vacina”, frisou o líder do executivo.

António Costa considerou depois essencial que sejam respeitados os critérios que as autoridades técnicas e as autoridades de saúde definem como as prioridades de saúde.

“Não vale a pena fazermos de treinadores de bancada, achando que esta ou aquela doença deve ser mais prioritária do que a outra. Confiemos naquilo que nos dizem os médicos e os profissionais de saúde”, disse.

O primeiro-ministro sustentou ainda que em Portugal, ao longo de décadas, se encarou a vacinação como “um passo fundamental para o controle de doenças”.

“Assim tem sido ao longo de gerações. Isso tem-nos permitido melhorar muito os resultados alcançados em saúde. Esta é mais uma vacina que teremos de tomar”, acrescentou.

O primeiro-ministro afirmou que o processo de vacinação contra a covid-19 dá a partir de hoje “um grande salto”, abrangendo 900 mil pessoas, e será essencial para preparar a fase que englobar a população em geral.

“Esta nova fase vai exigir uma grande mobilização de todas as unidades de saúde”, acentuou António Costa no seu breve discurso, antes de dizer que, até agora, mais de 400 mil pessoas já tiveram a primeira toma da vacina, entre profissionais de saúde considerados prioritários, assim como utentes e pessoas que trabalham nos lares de outro tipo de residências para idosos.

De acordo com o primeiro-ministro, o processo de vacinação “dá agora um grande salto, começando a chegar a uma população muito mais diversificada e recorrendo a espaços menos confinados, como são os casos dos lares ou dos hospitais”.

“Vamos ter dois meses de trabalho muito exigente e que será fundamental para preparar a fase seguinte – aquela em que já estiverem vacinadas todos as pessoas com mais de 80 anos, ou mais de 50 anos e com patologias associadas, e em que se começamos a dirigir-nos à população em geral. Aí vai ser um desafio ainda muito mais complexo e que será limitado pela quantidade de vacinas disponíveis”, frisou.

Equipe da Alemanha

Neste dia 03, a equipe clínica alemã, formada por 26 profissionais de saúde, chega a Portugal e vai trabalhar no Hospital da Luz, em Lisboa, confirmou à Lusa fonte do ministério da Saúde.

A ajuda médica alemã que vem dar apoio ao sistema de saúde português face à pressão provocada pela pandemia de covid-19 chega ao início da tarde a Lisboa.

O processo de auxílio alemão a Portugal arrancou em 25 de janeiro, na sequência de um pedido de ajuda da ministra da Saúde, Marta Temido, à ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer.

A equipe é constituída por 26 profissionais de saúde, entre os quais seis médicos, que trazem também 40 ventiladores móveis e 10 estacionários, 150 bombas de infusão e outras tantas camas hospitalares.

De acordo com um comunicado conjunto dos Ministérios da Saúde e da Defesa de Portugal, os profissionais de saúde alemães permanecerão no país “durante um período de três semanas, estando prevista a sua substituição a cada 21 dias, até ao final de março, caso seja necessário”.

Em Portugal, morreram 13.017 pessoas dos 731.861 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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