Arquivo/Agencia Brasil: O presidente Jair Bolsonaro acompanhado do ministro do Gabinete Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
Da Redação
Com EBC
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou nesta terça-feira que há entidades e organizações não-governamentais (ONGs) estrangeiras, além de autoridades internacionais que querem interferir no tratamento dispensando à Amazônia brasileira. Segundo ele, o tema é de “soberania” nacional. “[Da] Amazônia brasileira quem cuida é o Brasil.”
“Não vou me meter na Amazônia colombiana, eles fazem o que eles quiserem. Na Amazônia peruana eles fazem o que eles quiserem, desde que o que for feito não afete a integridade ecológica da nossa Amazônia”, disse o general que esteve presente no velório do jornalista Ricardo Boechat, em São Paulo.
Para o ministro, cada país deve ser responsável por sua soberania. “O Brasil não dá palpite no deserto do Saara, na Floresta da Ardenas, no Alasca, cada país cuida da sua soberania. Eu estou preocupado que o sínodo não entre em assuntos que são afetos a soberania.”
Sínodo
O ministro respondeu a perguntas sobre as discussões no Sínodo Extraordinário de Bispos sobre a Amazônia, organizado pela Igreja Católica, que ocorrerá em outubro, no Vaticano. As discussões no Sínodo serão em torno do tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”.
“O que eu acho que tem que ser uma preocupação nossa é não deixar que entidades estrangeiras, ONGs estrangeiras, chefes de Estado estrangeiros, às vezes por trás dessas ONGs, queiram dar palpite em como deve ser tratada a Amazônia brasileira”, afirmou Heleno.
Segundo o ministro Augusto Heleno, o Brasil tem políticas sustentáveis adequadas e que devem ser respeitadas. “Nós sabemos o que tem que fazer. Nós sabemos fazer desenvolvimento sustentável, segurar o desmatamento. Nós somos o país que menos desmatou no mundo até hoje. A gente fica engolindo umas coisas que não tem que engolir”, disse.
Velório
Representando o presidente Jair Bolsonaro, que se recupera de uma cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal, Augusto Heleno disse no velório que a morte de Boechat será um desfalque no jornalismo brasileiro.
“[Vim] trazer a mensagem do governo brasileiro, mostrar que nós sentimos bastante esse desfalque no nosso jornalismo”, enfatizou o ministro ao chegar ao velório, no Museu da Imagem e do Som, na zona oeste paulistana.
O ministro destacou a “honestidade intelectual” de Boechat. “Ele tinha uma honestidade intelectual incrível. Tinha coisa que ele falava, porque tinha fontes que o alimentavam com uma determinada versão, depois ele sabia a versão correta, ele imediatamente retificava o que ele tinha falado. Isso é um sinal de grandeza muito grande”, disse.
Sob aplausos da multidão, o corpo do jornalista Ricardo Boechat deixou às 14h05 o Museu da Imagem e do Som (MIS), zona oeste da capital paulista, onde estava sendo velado desde a última noite. Uma longa fila de conhecidos, ex-colegas, telespectadores e ouvintes veio prestar as últimas homenagens ao âncora e comentarista.
Sobre o caixão foram colocados dois letreiros luminosos usados por taxis, categoria que tinha grande simpatia pelo jornalista, pelo contato direto ou pelos comentários na rádio e TV. Um grupo de taxistas chegou a fazer uma pequena carreata com buzinaço em frente ao museu.