Quatro acusados em investigação de lavagem de dinheiro e fraude fiscal no Benfica

Da Redação
Com Lusa

Uma investigação a crimes de lavagem de dinheiro e fraude fiscal ao Benfica levou à constituição de quatro acusados, disse à agência Lusa fonte policial.

Contactada pela Lusa, fonte do Ministério Público confirmou “a realização de buscas [na terça-feira] no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Lisboa”.

“Neste inquérito investigam-se fatos suscetíveis de integrar a prática de crimes de branqueamento de capitais, tendo como ilícito precedente o crime de fraude fiscal”, acrescentou a mesma fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O caso está a ser investigado pela secção de branqueamento de capitais da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.

O Jornal de Notícias escreve na sua edição desta quarta-feira que a investigação procura “esclarecer se os montantes faturados por várias empresas ao Benfica tinham na sua base efetivas prestações de serviços ou se foram apenas uma forma de justificar a saída de alguns milhões de euros das contas dos encarnados”.

Clube faz queixa-crime

Na sequencia, o Benfica anunciou que vai avançar com uma queixa-crime por difamação por a investigação visar apenas entidades que prestam serviços ao clube e não a instituição.

“O Sport Lisboa e Benfica confirma que, no âmbito de uma investigação que envolve empresas terceiras, foi solicitada e recolhida informação junto dos serviços do clube pelo fato de serem entidades que nos prestam serviços”, lê-se no comunicado do clube lisboeta.

Em comunicado, o Benfica nega estar a ser investigado “por suspeita de fraude fiscal e branqueamento”, denunciando “uma violação grosseira do segredo de justiça, desvirtuando fatos e procurando centrar no Benfica a investigação”.

Questionada pela Lusa, fonte oficial do Benfica assegurou que “ninguém do Benfica foi constituído arguido a título individual, nem nenhuma das sociedades do Benfica foi constituída arguida”.

“Por tais razões avançaremos com uma queixa-crime no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) e requereremos que todos os agentes da Polícia Judiciária e todos os magistrados que intervieram nestas diligências colaborem conosco na descoberta da identidade destes criminosos por tendência”, prossegue o clube.

Em comunicado, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) falou da constituição de seis acusados, três pessoas singulares e três coletivas, no âmbito do inquérito à investigação aos “crimes de branqueamento e fraude fiscal”, e no âmbito da qual foram “emitidos três mandados de busca domiciliária e cinco não domiciliárias, de entre estes, dois às sociedades Sport Lisboa e Benfica SAD e Benfica Estádio Construção Gestão Estádios, SA”.

“Indicia-se suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660 euros, montantes esses que acabavam depois por ser levantados em numerário. Esta última sociedade terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica”, explicou a PGDL.

Ainda segundo o Jornal de Notícias, a investigação procura “esclarecer se os montantes faturados por várias empresas ao Benfica tinham na sua base efetivas prestações de serviços ou se foram apenas uma forma de justificar a saída de alguns milhões de euros das contas dos ‘encarnados’”.

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