Da Redação
Com Lusa
Quase 60% das empresas tinham os seus funcionários em regime de teletrabalho na última semana de abril, de acordo com os resultados do inquérito às empresas produzido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Banco de Portugal (BdP).
Segundo os dados divulgados, cerca de 58% das empresas que responderam ao inquérito tinham pessoas em teletrabalho e 20% tinham mais de 50% do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar nessa situação.
A porcentagem de empresas com pessoal em teletrabalho é crescente com a dimensão das empresas, atingindo 93% naquelas maiores e não ultrapassando 30% nas microempresas, sinalizam.
Cerca de 84% das empresas respondentes mantinham-se em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente, e 16% das empresas encerraram temporariamente ou definitivamente.
Lay Off
O número de empresas que pediram para aderir ao regime do ‘lay-off’ simplificado ultrapassou os 100 mil requerimentos, correspondente a um universo potencial superior a 1,2 milhões de trabalhadores, segundo dados oficiais.
Os dados foram atualizados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que apresenta estatísticas desde 31 de março sobre esta medida aprovada no âmbito da crise covid-19.
Desde o dia 31 de março até 4 de maio, a Segurança Social registou 102.489 pedidos de empresas para um universo potencial de 1.258.938 trabalhadores mas nem todos estarão abrangidos pelo ‘lay-off’ simplificado.
Cerca de 80% dos pedidos são de empresas que têm menos de 10 trabalhadores e mais de 20% são da região de Lisboa, segundo as estatísticas.
Em conferência de imprensa para balanço das medidas, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse que cerca de 600 mil pessoas e 70 mil empresas recebem apoios no âmbito da pandemia covid-19 até 05 de maio, num total de 216 milhões de euros.
Ana Mendes Godinho adiantou que até 30 de abril foram pagos apoios a 450 mil trabalhadores e a 53.500 empresas, dos quais 218 mil são trabalhadores abrangidos pelo ‘lay-off’ simplificado, 109 mil são trabalhadores independentes, 88 mil referem-se aos apoios às famílias e 37 mil são pessoas com baixa por isolamento profilático.
Os restantes pagamentos serão feitos até 05 de maio, segundo a ministra.
Já os restantes pedidos que entraram na Segurança Social no decorrer do mês de abril serão pagos até 15 de maio, disse Ana Mendes Godinho.
O ‘lay-off’ simplificado é uma das medidas de resposta à crise provocada pela pandemia da covid-19.
Os trabalhadores têm direito a receber dois terços da sua remuneração normal ilíquida com limites mínimo de 635 euros e máximo de 1.905 euros, sendo o valor financiado em 70% pela Segurança Social e em 30% pela empresa.
Podem ter acesso as empresas em situação de crise empresarial comprovada devido ao encerramento total ou parcial por determinação legislativa ou administrativa, ou devido à interrupção das cadeias de abastecimento globais ou da suspensão ou cancelamento de encomendas.
Também podem aderir ao apoio as empresas com quebra de pelo menos 40% da faturação nos 30 dias anteriores, com referência à média mensal dos dois meses anteriores a esse período, ou face ao período homólogo do ano anterior ou, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média desse período.