Da Redação com Lusa
O “menosprezo” e a “falta de respeito” do Governo da República pelos emigrantes madeirenses que regressaram da Venezuela, negando apoios à região autônoma depois de os ter acolhido, foram criticados pelo PSD/Madeira no plenário do parlamento regional, nesta quinta-feira.
“Houve um menosprezo enorme pelas pessoas que regressaram à Madeira”, afirmou o deputado social-democrata lusodescendente Carlos Fernandes numa intervenção na sessão plenária da Assembleia Legislativa.
O parlamentar destacou o esforço do executivo madeirense para “receber e integrar” os cerca de 10 mil emigrantes madeirenses e lusodescendentes que decidiram regressar ao arquipélago, e mencionou que cerca de 9.000 estão inscritos no Serviço Regional de Saúde e 2.000 integraram o sistema de ensino da Madeira, o que, no seu entender, evidencia que “o Governo Regional não deixou ninguém para trás”.
Por outro lado, considerou, “o Estado gozou com a Madeira e os emigrantes”, porque “nunca chegou a concretizar os apoios prometidos”.
Entre outros aspetos, criticou que estes emigrantes tenham sido “excluídos” do programa Regressar, que o Estado não tenha “resolvido a situação do Banif e BES” – bancos nos quais muitos investiram as poupanças de uma vida inteira – e que quem quis voltar ao seu país tenha sido obrigado a pagar preços “exorbitantes” nas viagens aéreas da TAP.
O deputado do PSD/Madeira realçou que o regresso destes emigrantes “trouxe uma onda de investimentos na região”, devido à “coragem dos empresários que, apesar de terem perdido tudo, usaram a sua experiência e empreendedorismo”.
Voto eletrônico
Também neste 13 janeiro, o presidente do Governo Regional e do PSD/Madeira mostrou-se preocupado com a possibilidade de aumento da abstenção face ao elevado número de pessoas em isolamento devido à covid-19, defendendo o recurso ao voto eletrônico.
“Porque não se faz hoje o voto eletrônico? Qual o problema? Porque é que havemos continuar a manter um ritual que não é dos dias de hoje?”, questionou, à margem da visita que efetuou a uma empresa do ramo imobiliário.
Para Miguel Albuquerque, é necessário “evoluir e aproveitar o potencial nesta área no sentido de facilitar a vida às pessoas”.
No seu entender, “as pessoas podiam em casa fazer a votação”, porque quase “toda a gente hoje já tem instrumentos digitais, computadores”.
“Estamos preocupados com essa situação [aumento da abstenção nas legislativas de 30 de janeiro], que tem de ser resolvida pelo Governo nacional”, esclarecendo como poderão votar os cidadãos em isolamento profilático.
O chefe do executivo insular de coligação PSD/CDS sustentou que, “à boa maneira portuguesa, tudo vai ser decidido á última da hora”.
“Começam a ouvir entidades, constitucionalistas, pseudo-constitucionalistas, toda aquela parafernália de gente que emite opiniões no país e nada anda para a frente”, opinou.
O governante disse que as autoridades regionais estão “à espera que se decida quais os procedimentos que têm de ser feitos no sentido de, garantindo a salvaguarda da saúde publica, as pessoas exercerem cabalmente o seu direito de voto”.
“Acho que um país que está sempre a gabar-se da transição digital já devia ter resolvido esta situação”, declarou, considerando não fazer “nenhum sentido continuar a fazer o ato de voto como no século XIX”.