Mundo Lusíada
Com Lusa
“A RUA DA ESTRADA” é uma das participações portuguesas na X Bienal de Arquitetura em São Paulo, de Álvaro Domingues, do Porto.
A instalação audiovisual do geógrafo português que registra a dissolução de fronteiras entre cidade e campo, foca Portugal. A mostra, concebida especialmente para a Bienal, baseia-se no livro ”A Rua da Estrada”, do mesmo autor (Dafne editora). O conceito de cidade genérica se estende ao território como um todo, não apenas ao urbano, formando aquilo que o autor chama de “paisagem transgênica”.
A Bienal de Arquitetura de São Paulo, realizada há 40 anos pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB, chega à sua décima edição com o tema “Cidade: Modos de Fazer, Modos de Usar” e curadoria de Guilherme Wisnik (curador geral), Ana Luiza Nobre e Ligia Nobre (curadoras adjuntas). Refletindo sobre a cidade contemporânea, a Bienal incorpora a dimensão urbana na sua própria estrutura espacial em rede.
Álvaro Domingues, doutorado em geografia humana, é professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, e tem desenvolvido investigação focada nas áreas da paisagem, urbanismo e políticas urbanas.
A X Bienal e Arquitetura de São Paulo foi inaugurada no sábado, 12 de outubro, e acontece até 01 de dezembro com exposições, instalações, seminários e uma mostra de cinema, em nove espaços culturais de São Paulo, trazendo o debate sobre a mobilidade, escalas urbanas e apropriação da construção pelos habitantes.
O evento vai centrar-se, sobretudo, no Centro Cultural São Paulo, mas também apresentar trabalhos, práticas e propostas noutros espaços, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e o Museu da Casa Brasileira.
Com curadoria de Guilherme Wisnik, Ana Luiza Nobre e Lígia Nobre, a X Bienal de São Paulo não irá apresentar representações nacionais, mas convidou alguns arquitetos e especialistas ligados ao urbanismo a apresentarem os seus trabalhos, práticas e propostas.
Mais de Portugal
Em declarações à agência Lusa, Nuno Sampaio, presidente da Estratégia Urbana, entidade convidada pela organização da Bienal a apresentar uma programação com curadoria própria, indicou que o pavilhão tinha sido criado para apresentar as atividades do projeto de internacionalização da arquitetura portuguesa.
“Não foi possível conseguir apoios para construir o Pavilhão Estratégia Urbana no Parque Ibirapuera, em São Paulo, que era a ideia inicial, mas o projeto existe e vai ser oferecido à cidade”, disse o responsável e um dos curadores da programação do projeto que vai ser apresentada a 28, 29 e 30 de outubro.
Como o Pavilhão Estratégia Urbana acabou por não ser construído, a programação do projeto será apresentada no Museu da Casa Brasileira.
Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura – os dois únicos arquitetos portugueses galardoados até hoje com um Pritzker, o prêmio mais importante para a arquitetura mundial – foram convidados por Nuno Sampaio a desenhar o pavilhão, a par do engenheiro Rui Furtado.
O custo do projeto foi patrocinado pela empresa portuguesa Mota-Engil, e a Estratégia Urbana procurou apoios para a construção – orçamentada em 250 mil euros – mas sem êxito.
“De qualquer modo, o projeto vai ser oferecido simbolicamente à cidade de São Paulo e um dia poderá ser concretizado”, salientou Nuno Sampaio.
A programação intitula-se “Arquitetura Portuguesa – Discrição é a nova visibilidade” e visa a internacionalização de Portugal através, entre outras iniciativas, de uma exposição audiovisual com uma seleção das 100 obras e sete projetos portugueses de referência, dos últimos vinte anos.
A curadoria deste projeto da Estratégia Urbana é também assinada por Miguel Judas, Luís T. Pereira e Fernando Serapião.
A programação da Estratégia Urbana insere-se no âmbito do Ano de Portugal no Brasil e do Ano da Arquitetura promovido pela Secretaria e Estado da Cultura, que apoia este projeto na sequência de uma candidatura ao Fundo de Fomento Cultural.