Projeto multimídia preserva memória do sismo de 1980 nos Açores

Da Redação
Com Lusa

Ilha de São Miguel - Açores. Foto: Mundo Lusíada
Ilha de São Miguel – Açores. Foto: Mundo Lusíada

Quatro estudantes açorianos da Universidade de Aveiro recolheram testemunhos do terremoto de 1980 nos Açores, no âmbito de um projeto multimídia, “Sismo d’Oitenta”, que visa preservar as lembranças dos que viveram uma das maiores catástrofes naturais no arquipélago.

O projeto pretende registar o máximo de informações sobre a tragédia que matou 73 açorianos, fez centenas de feridos e causou mais de 21 mil desalojados, “antes que os anos apaguem testemunhos, fotos, documentos e, sobretudo, as pessoas que viveram e sobreviveram ao terremoto, que marcou para sempre a história açoriana”.

“Houve muitos valores que se apreenderam com o sismo, inúmeras histórias de heroísmo e sobrevivência, de dor e de pranto, que não tiveram hipótese de ser registradas porque havia feridos para tratar, mortos para enterrar e casas para reconstruir”, aponta João Aguiar, estudante da licenciatura em Novas Tecnologias da Comunicação (NTC), do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da Universidade de Aveiro (UA), um dos autores do projeto.

Assim, explica, “nasceu a pertinência do Sismo d’Oitenta” (disponível online em www.sismodoitenta.com), que atingiu as ilhas Graciosa, São Jorge e, principalmente, Terceira.

“Sismo d’oitenta” contém um conjunto de entrevistas em vídeo de “quem sentiu na pele” o sismo, fotografias que retratam a destruição (muitas das quais sobrepostas com imagens dos mesmos locais na atualidade), testemunhos escritos e resumo histórico dos acontecimentos.

Os testemunhos são ainda acompanhados na plataforma online de infografias que explicam a evolução das ondas de choque e de destruição causadas pela força do sismo, de magnitude de 7,2 na escala de Richter.

Para João Aguiar, “a natureza que sustenta o arquipélago dos Açores é munida de uma imprevisibilidade destrutiva e eventos como o terremoto de 1980 podem voltar a acontecer”, pelo que “é importante registrar o que ainda existe, para que sirva de base para eventos futuros, como inspiração ou consolo para todos aqueles que forem afetados”.

Luís Melo, Rúben Ramos (ambos estudante no mestrado em Comunicação Multimédia da UA) e Luís Silva (licenciado em NTC também na academia de Aveiro) são os restantes autores, terceirenses, do projeto.

O projeto audiovisual possui ainda banda sonora original composta por Patrícia Aguiar, aluna da licenciatura em Música na UA e natural da ilha Terceira.

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