Projeto analisa expectativas de regresso de portugueses residentes no estrangeiro

Foto Alexander Mueller

Projeto divulga um inquérito online dirigido aos portugueses residentes fora do país.

Mundo Lusíada

Está em curso um projeto sobre regresso de emigrantes portugueses a Portugal, designado “Experiências e expectativas de regresso dos novos emigrantes portugueses: reintegração e mobilidades”.

A pesquisa tem parceria do IPLeiria/Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra/CIES_Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, financiado pela FCT.

Envolvendo portugueses residentes no estrangeiro em geral, o projeto vai se debruçar em estudos de caso mais aprofundados com emigrantes da França, Luxemburgo e o Reino Unido.

Neste momento, o projeto divulga um inquérito online dirigido aos cidadãos de nacionalidade portuguesa e/ou nascidos em Portugal, com 18 ou mais, que tenham saído de Portugal depois de 2000 e vivam atualmente no estrangeiro, disponível pelo link https://bit.ly/2LoXlhu.

De acordo com o estudo, mesmo após uma corrente mais significativa de regressos de portugueses da França e da Alemanha, em resultado das crises provocadas pelos choques petrolíferos, nos anos 1970, sempre houve movimentos de contracorrente da emigração. “Os regressos, tal como a emigração, nunca terminaram” defendem os acadêmicos.

Após a intensificação da emigração associada à subida do desemprego, particularmente entre os jovens, e à austeridade dos anos da Troika, a temática dos regressos reentrou na agenda científica, política – nomeadamente com o Programa Regressar – e mediática.

“O interesse da investigação deriva da combinação da ideia de que os regressos são expectáveis, devido à retoma econômica portuguesa que se verificava antes da pandemia, com evidências científicas de que existe uma tendência para uma parte
importante dos imigrantes deixarem, cinco anos após a chegada, o país onde foram residir, seja para regressar ao país de origem, seja para reemigrar” defende o projeto.

Entre os objetivos do estudo estão conhecer as expectativas ou
intenções de regresso (ou de não regresso) entre portugueses ainda emigrados e analisar os fatores que influenciam essas intenções, que remetem para a relação com o país de residência e com Portugal; além de estudar regressos já concretizados, e compreender a decisão de regresso, e reintegração em Portugal.

Segundo os pesquisadores, as respostas podem significar contributos para o potencial de desenvolvimento demográfico e econômico no país.

O estudo surge no seguimento de um projeto recente sobre a emigração portuguesa (REMIGR 2014-2016), que também contou com a participação dos portugueses residentes fora do país, e levantou que cerca de 20% dos entrevistados estavam desempregados quando emigraram.

A maioria decidiu emigrar por um melhor salário, estabilidade profissional e perspectivas de carreira que não possuíam em Portugal, segundo os pesquisadores.

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