Projeto divulga um inquérito online dirigido aos portugueses residentes fora do país.
Mundo Lusíada
Está em curso um projeto sobre regresso de emigrantes portugueses a Portugal, designado “Experiências e expectativas de regresso dos novos emigrantes portugueses: reintegração e mobilidades”.
A pesquisa tem parceria do IPLeiria/Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra/CIES_Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, financiado pela FCT.
Envolvendo portugueses residentes no estrangeiro em geral, o projeto vai se debruçar em estudos de caso mais aprofundados com emigrantes da França, Luxemburgo e o Reino Unido.
Neste momento, o projeto divulga um inquérito online dirigido aos cidadãos de nacionalidade portuguesa e/ou nascidos em Portugal, com 18 ou mais, que tenham saído de Portugal depois de 2000 e vivam atualmente no estrangeiro, disponível pelo link https://bit.ly/2LoXlhu.
De acordo com o estudo, mesmo após uma corrente mais significativa de regressos de portugueses da França e da Alemanha, em resultado das crises provocadas pelos choques petrolíferos, nos anos 1970, sempre houve movimentos de contracorrente da emigração. “Os regressos, tal como a emigração, nunca terminaram” defendem os acadêmicos.
Após a intensificação da emigração associada à subida do desemprego, particularmente entre os jovens, e à austeridade dos anos da Troika, a temática dos regressos reentrou na agenda científica, política – nomeadamente com o Programa Regressar – e mediática.
“O interesse da investigação deriva da combinação da ideia de que os regressos são expectáveis, devido à retoma econômica portuguesa que se verificava antes da pandemia, com evidências científicas de que existe uma tendência para uma parte
importante dos imigrantes deixarem, cinco anos após a chegada, o país onde foram residir, seja para regressar ao país de origem, seja para reemigrar” defende o projeto.
Entre os objetivos do estudo estão conhecer as expectativas ou
intenções de regresso (ou de não regresso) entre portugueses ainda emigrados e analisar os fatores que influenciam essas intenções, que remetem para a relação com o país de residência e com Portugal; além de estudar regressos já concretizados, e compreender a decisão de regresso, e reintegração em Portugal.
Segundo os pesquisadores, as respostas podem significar contributos para o potencial de desenvolvimento demográfico e econômico no país.
O estudo surge no seguimento de um projeto recente sobre a emigração portuguesa (REMIGR 2014-2016), que também contou com a participação dos portugueses residentes fora do país, e levantou que cerca de 20% dos entrevistados estavam desempregados quando emigraram.
A maioria decidiu emigrar por um melhor salário, estabilidade profissional e perspectivas de carreira que não possuíam em Portugal, segundo os pesquisadores.