Da Redação
Com Lusa
Os produtores de pera-rocha apostam no mercado chinês para se libertarem da forte dependência do Brasil, que representa 40% do total exportado, disse à Lusa o presidente da associação empresarial Portugal Fresh.
“Temos de quebrar esta dependência e encontrar alternativas”, destacou Manuel Évora, durante a visita de uma delegação chinesa à empresa de comercialização de frutas Luís Vicente, em Torres Vedras.
A comitiva chinesa, liderada pelo vice-ministro da Agricultura, Bi Meijia, visitou indústrias de carne e do setor frutícola de Mafra e Torres Vedras, a convite do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, que está a negociar a abertura da China à pera-rocha e à carne de porco.
O presidente da Portugal Fresh, uma organização que representa 88 empresas do setor das frutas, legumes e flores, salientou que os produtores querem “entrar na China no segmento ‘premium’ da pera-rocha” e adiantou que os pêssegos, ameixas e kiwis serão os dossiers seguintes.
Mas, para já, “é preciso fechar o [dossier] da pera-rocha”, que ainda está pendente da aprovação das autoridades sanitárias chinesas. “Temos de valorizar as nossas frutas e na China já existe uma classe média que pode premiar esta qualidade diferenciada”, destacou Manuel Évora.
A pera-rocha tem sido considerada a “rainha” das exportações de fruta nacionais, mas em 2015 os campeões de vendas ao estrangeiro foram os pequenos frutos (dos quais 90% de framboesas), em termos de valor, e a laranja, em termos de tonelagem.
Um “fenómeno” que Manuel Évora considerou positivo, pois significa que “a oferta não está só concentrada na pera”.
Além da China, está a ser negociada a entrada da pera-rocha noutros mercados, como o México ou o Peru, tendo sido liberalizada recentemente a exportação para a Colômbia. A concretizar-se a liberalização do mercado chinês, a pera-rocha será a primeira fruta portuguesa a ser exportada para a China.