Produção de azeitona para azeite deve subir 30% para valor recorde

Da Redação
Com Lusa

A produção de azeitona para azeite deverá ser este ano a maior desde 1941 em Portugal, ultrapassando as 940 toneladas numa campanha oleícola “muito positiva”, enquanto a área de cereais de inverno deverá cair para mínimos históricos, prevê o INE.

“As previsões agrícolas, em 31 de janeiro, apontam para uma produção historicamente elevada de azeitona para azeite, de mais de 940 mil toneladas, a maior desde 1941. Os rendimentos em azeite também deverão aumentar, o que permite antever um balanço muito positivo para esta campanha oleícola”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Com a colheita “praticamente concluída”, a produção de azeitona para azeite deverá registar um aumento de 30% face à campanha de 2018, tendo decorrido “de forma distinta” nas duas principais regiões produtoras: Alentejo e Trás-os-Montes.

“No Alentejo, que nos últimos cinco anos produziu em média mais de 70% da produção nacional de azeitona para azeite, a carga de frutos dos olivais intensivos e superintensivos foi superior à da campanha anterior e manteve-se em bom estado sanitário até à colheita”, refere o INE.

Pelo contrário, em Trás-os-Montes, responsável por 15% da produção nacional de azeitona para azeite do último quinquênio, “uma percentagem significativa dos frutos não foram colhidos por terem sido derrubados pelos ventos fortes que fustigaram a região aquando da passagem das tempestades Elsa e Fabien, tendo-se verificado ainda alguns ataques de mosca da azeitona, que afetaram parte da produção”.

Segundo o instituto estatístico, a produção estimada de 943 mil toneladas de azeitona para azeite “posiciona a campanha de 2019 como a mais produtiva desde 1941 (ano a partir do qual existem registos sistemáticos)”.

As estimativas apontam também para “uma subida da funda na ordem dos 10%, face a 2018, o que previsivelmente conduzirá a um aumento da produção de azeite superior ao aumento da produção de azeitona”, acrescenta.

No que respeita aos cereais de inverno, e numa altura em que as sementeiras estão “praticamente concluídas” e o desenvolvimento vegetativo está “a decorrer normalmente”, o INE estima, “pelo sétimo ano consecutivo, uma redução da área instalada de cereais de inverno, nomeadamente no trigo mole e aveia (-5%), no triticale e cevada (-10%) e no trigo duro (-15%)”.

Quanto ao centeio, a área deverá ser próxima da instalada em 2019 (cerca de 16 mil hectares).

“Estas previsões seguem a tendência das últimas sete campanhas de decréscimo da área semeada de cereais de inverno, colocando a atual como a que apresenta a menor área desde que existem registos sistematizados (1918)”, nota o INE.

Já os cereais de outono/inverno apresentam um “desenvolvimento regular”, estimando-se para a aveia (cereal de sementeira mais precoce, e que por isso está numa fase mais avançada de desenvolvimento) um aumento de 5% no rendimento unitário face a 2019, “para produtividades próximas da média do último quinquênio”.

Relativamente às pastagens e culturas forrageiras, apresentam um “bom desenvolvimento”, estando “alguns campos de azevém muito próximos de possibilitarem um primeiro corte”.

“Os teores de umidade do solo relativamente elevados, conjugados com as temperaturas amenas, favoreceram o crescimento dos prados e pastagens. No entanto, as necessidades alimentares das diferentes espécies pecuárias ainda não são totalmente satisfeitas só com o pastoreio, recorrendo-se à suplementação com forragens, silagens, fenos e rações industriais em quantidades normais para a época e inferiores às verificadas em igual período do ano anterior”, refere o INE.

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