Depois de seis anos, chega ao fim o megaprocesso de pedofilia em instituição para crianças carentes em Lisboa, que eram vítimas de abuso sexual.
Mundo LusíadaCom agencias
O julgamento do processo de abusos sexuais na Casa Pia chegou em 03 de setembro ao fim com a leitura do acórdão final, quase seis anos depois de ter começado.
O coletivo dos juizes do caso Casa Pia, na leitura do acórdão do julgamento, já deu como provados fatos criminais relativos a todos os sete culpados.
O coletivo de juízes presidido por Ana Peres, coadjuvada por Lopes Barata e Ester Santos, está a proferir a decisão sobre a inocência ou culpa dos sete, acusados de crimes de abuso sexual, ato sexual com adolescente e lenocínio, entre outros. Os réus foram acusados de envolvimento em mais de 900 crimes ligados a abuso sexual e peculato.
Em tribunal respondem os arguidos Carlos Silvino, ex-motorista da Casa Pia, o ex-provedor da instituição Manuel Abrantes, o médico João Ferreira Diniz, o advogado Hugo Marçal, o apresentador de televisão Carlos Cruz, o ex-embaixador de Portugal Jorge Ritto e Gertrudes Nunes, dona de uma casa em Elvas onde alegadamente ocorreram abusos sexuais.
Carlos Cruz chegou a ser, nos anos 80 e 90, o apresentador de TV mais conhecido de Portugal. Todos os réus negaram as acusações, exceto Silvino, que admitiu ter cometido abusos e depôs contra outros acusados.
Seis dos suspeitos foram condenados a penas de prisão efetiva, enquanto Gerturdes Nunes foi absolvida.
Na leitura do acórdão, os juizes determinaram que seis dos culpados têm que indenizar as vítimas com valores que variam, para cada uma, entre 15 mil e 25 mil euros.
Carlos Silvino terá que indenizar 20 vítimas com 15 mil euros cada. Carlos Cruz tem duas vítimas para indenizar com 25 mil euros cada, Ferreira Diniz três, Jorge Ritto uma, Hugo Marçal duas e Manuel Abrantes duas. Eles foram absolvidos de indenizações cíveis.
O coletivo de juízes foi presidido por Ana Peres, coadjuvada por Lopes Barata e Ester Santos.
Megaprocesso de pedofiliaO Conselho Superior de Magistratura português só deve publicar dia 10, no site da entidade, o acórdão do caso Casa Pia, como ficou conhecido o processo judicial relativo a abusos sexuais contra crianças e adolescentes internados naquela instituição pública de Lisboa.
As sentenças, anunciadas pelo Tribunal de primeira instância, estão a ser contestadas pelos acusados que pretendem recorrer para os tribunais superiores.
A publicação do acórdão de 1.600 páginas no site do Conselho Superior de Magistratura foi adiada para "apagar" do documento, que será tornado público, os nomes das vítimas que, à data dos crimes de pedofilia, eram menores.Um tribunal de Lisboa considerou culpados os sete acusados de abusos sexuais cometidos contra menores da instituição portuguesa Casa Pia de Lisboa, em um casos de maior repercussão da história recente do país.
Segundo as sentenças, eles faziam parte de uma rede de pedofilia que abusou sistematicamente de 32 alunos da Casa Pia de Lisboa, uma instituição educativa do Estado para crianças carentes.
Os abusos teriam começado em meados dos anos 70, mas só vieram a público no ano 2002. Ao longo do processo, mais de 800 testemunhas foram ouvidas, entre elas as 32 vítimas, todos ex-alunos da instituição.
As vítimas deram relatos de como eram levadas para porões escuros ou casas isoladas para serem estupradas. Durante o período dos abusos, cerca de 4 mil crianças eram atendidas nas escolas e orfanatos da instituição.