Da Redação
“A privatização da Caixa Seguros marca o sucesso de mais uma operação do programa de privatizações”, afirmou a Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na cerimônia da assinatura do contrato da privatização da Caixa Seguros, em Lisboa, onde estiveram também presentes o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e o Secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues.
Sublinhando que esta é “mais uma operação que permite atrair capital e investimento estrangeiro e contribui para a dinamização da economia portuguesa”, a Ministra referiu ainda que é também uma operação que se distancia de outras no passado, pela particularidade e especificidade dos objetivos.
“Com efeito, a privatização da Caixa Seguros não se limita a dar cumprimento a uma medida do memorando de entendimento, nem mesmo a contribuir para o objetivo de receitas neste estipulado […] Esta operação beneficia, sobretudo, o grupo Caixa Geral de Depósitos e, por intermédio deste, a economia portuguesa”, explicou.
E acrescentou: “Antes de mais, a privatização da Caixa Seguros permite que os esforços se concentrem nas atividades de financiamento à economia”, ou seja, que os recursos e as poupanças disponíveis possam ser canalizados para a recuperação da economia, através da concessão de crédito à atividade produtiva.
Segundo ela, a Caixa Geral de Depósitos deverá assumir um papel de liderança no sistema bancário. “A prioridade deve reorientar a sua estrutura de crédito para: o financiamento à atividade produtiva, o apoio às exportações e à internacionalização de empresas, e a promoção da capitalização das PME” disse.
“Em paralelo, a privatização da Caixa Seguros contribuirá também para a estabilidade financeira, ao fortalecer o capital da Caixa Geral de Depósitos”, referiu Maria Luís Albuquerque, sublinhando que “desde logo se tornou claro que esta seria uma operação de grande relevância para a nossa economia – quer no curto prazo, em que o investimento começa a recuperar e a sustentar a retoma da economia; quer no longo prazo, em que um sistema bancário sólido representa uma condição decisiva para o crescimento econômico sustentado”.
Segundo a Ministra, após o lançamento do processo e a seleção de dois potenciais investidores, o Governo concluiu que a Fosun seria o parceiro indicado porque a sua proposta incluiu: atratividade das condições financeiras, respeitando interesses patrimoniais do Estado e da Caixa Geral de Depósitos; a minimização de condicionantes jurídicas para a concretização da aquisição; a adequabilidade ao projeto estratégico do Grupo; e o contributo para a preservação da unidade estratégica do grupo.
“Para além destes fatores, a decisão do Conselho de Ministros foi ainda suportada pelas recomendações unânimes dos assessores da privatização, pela Caixa Seguros, pela Caixa Geral de Depósitos e pelo parecer favorável da comissão especial de acompanhamento a respeito da regularidade, imparcialidade e transparência do procedimento”, acrescentou Maria Luís Albuquerque.
A proposta da Fosun ascende a 1000 milhões de euros por 80% do perímetro segurador da Caixa Geral de Depósitos, constituído pela Fidelidade, pela Cares e pela Multicare, sendo que a Caixa se manterá como acionista de referência das empresas.
“Será ainda promovida uma Oferta Pública de Venda dirigida aos trabalhadores do negócio segurador da Caixa que beneficiarão de um desconto de 5%”, permitindo assim “que o encaixe global da Caixa Geral de Depósitos seja de 1264 milhões de euros”, referiu.
No plano estratégico, a Fosun ainda se propôs a apoiar a expansão das empresas seguradoras, suportando a sua expansão internacional nos mercados da Ásia e África, e reforçando o seu crescimento no mercado chinês. Além de assegurar a manutenção da relação entre as empresas seguradoras e o Grupo, tanto ao nível da distribuição de produtos seguradores através da rede bancária da Caixa Geral de Depósitos, como ao nível das relações comerciais existentes relativamente à gestão de ativos das empresas seguradoras.
“A privatização da Caixa Seguros e a parceria com a Fosun representam, assim, mais um importante passo no processo de ajustamento. Com a colaboração da Fosun, tornamos a economia portuguesa mais aberta e o sistema financeiro mais sólido, ficando assim mais perto do novo futuro que estamos a construir”.
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