Da Redação
Com Lusa
Os primeiros quatro voos diretos entre a China e Portugal estão “praticamente esgotados”, declarou à Lusa fonte da companhia aérea chinesa Capital Airlines, dois dias antes da inauguração da ligação direta entre os dois países.
Já no sentido inverso – entre Portugal e a China – a taxa de ocupação “ronda os 75%”, detalhou fonte do departamento de marketing da Capital Airlines, subsidiária do grupo chinês HNA.
O voo, que terá três frequências por semana – quarta-feira, sexta-feira e domingo – entre a cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com parada em Pequim, avança na quarta-feira.
O voo entre Pequim e Lisboa demorará cerca de 13 horas e, no sentido inverso, demorará 12 horas. A atual ligação mais rápida entre a capital dos dois países demora 14 horas, com escala em Frankfurt, na Alemanha.
A companhia aérea abrirá também um voo entre Macau e a capital chinesa, que coincidirá com a ligação a Lisboa, de forma a servir também os 15.000 portugueses que vivem no território que já foi colônia de Portugal.
Nos últimos três anos, o número de turistas chineses que visitaram Portugal triplicou, para 183.000, e deverá aumentar “exponencialmente” com a abertura da ligação direta, afirmou, em abril passado, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.
Um milhão de turistas
O embaixador português em Pequim, Jorge Torres-Pereira, disse que Portugal pode ter como objetivo chegar a um milhão de turistas chineses por ano. “Neste momento, estamos em 200 mil, se tivermos aumentos de 35% ao ano, podemos rapidamente ser ambiciosos”, disse Torres-Pereira à agência Lusa.
A acompanhar este fluxo crescente, o Turismo de Portugal tem, desde 2014, uma representação permanente em Xangai, a “capital” econômica da China.
Portugal conta também com nove centros de emissão de vistos no país asiático, distribuídos pelas cidades de Pequim, Xangai, Hangzhou, Nanjing, Chengdu, Shenyang, Wuhan, Fuzhou, Cantão (Guangzhou).
Torres-Pereira considerou a ligação direta “importante para manter a dinâmica de uma relação bilateral que está efetivamente em expansão” e frisou a importância do voo na ligação entre a China e os países de língua portuguesa em África e o Brasil, com Lisboa como plataforma.
O diplomata lembrou ainda que, nos últimos anos, os investimentos chineses em Portugal passaram de “dezenas de milhões de euros para milhares de milhões de euros”.
A China é já o maior emissor mundial de turistas e, segundo estatísticas oficiais, 135,1 milhões de chineses viajaram para fora da China continental, em 2016, num aumento de 12,5% em relação ao ano anterior.
A Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, acionista da TAP, através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul.