Primeiro-Ministro espera que Portugal avance para última fase de desconfinamento

Da Redação
Com Lusa

Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro disse ter “esperança” de que Portugal possa dar, na terça-feira, o “passo que falta” no processo a “conta gotas” de reabertura da atividade econômica e social após o confinamento diante da pandemia.

Neste 26 de abril, Portugal não tem registro de mortes relacionadas com covid-19 nas últimas 24 horas, o segundo dia desde o início da pandemia em que isto se verifica. O único dia sem registro de mortes tinha ocorrido em 03 de agosto do ano passado.

“Se tudo correr bem, estamos a uma semana de entrarmos na última e definitiva, espero que definitiva fase de reabertura da nossa sociedade”, disse António Costa.

“Tenho a esperança, que não é um compromisso, é só a esperança, de que tenhamos a confirmação daquilo que os dados aparentam indicar. Que estamos no bom caminho e que, com segurança podemos dar o passo que falta dar”, sublinhou.

O primeiro-ministro lembrou que, na terça-feira, há “mais uma reunião com o senhor presidente da República, com os diferentes parceiros sociais, diferentes forças políticas e com os cientistas para fazer a avaliação do estado da nossa pandemia e fazer a avaliação dos passos que podemos dar na próxima semana”.

O primeiro-ministro referia-se à reunião, por videoconferência, sobre a “Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal” que vai decorrer, na terça-feira, a partir do Infarmed, em Lisboa.

O primeiro-ministro, que discursava na inauguração da requalificação da escola secundária de Valença, um investimento de 3,7 milhões de euros, sublinhou que, após “o terrível mês de janeiro, que ficará para sempre na memória”, é “hoje gratificante” ter o país “há cinco semanas consecutivas com os melhores números a nível europeu”.

“Todos aprendemos a precariedade desta realidade. Esperamos já ter passado o pior, mas temos todos que saber que, se nos distrairmos, relaxarmos, podemos voltar a estar outra vez pior”, referiu.

O chefe de Governo acrescentou que “o processo de vacinação está a andar e a bom ritmo” mas que se trata de “uma luta contra o tempo para vacinar mais depressa que as mutações e variantes do vírus”.

“Em janeiro fomos surpreendidos pela variante britânica e com a sua velocidade de transmissão e contaminação e desejamos chegar ao fim deste processo de vacinação sem novas surpresas, relativamente às variantes. As variantes circulam, começam numa ponta e dão a volta ao mundo e mais tarde ou mais cedo batem-nos à porta. Por isso, definimos um processo de reabertura da sociedade que designamos a conta-gotas”.

Para dar “o passo que falta”, Costa sublinhou a necessidade de não “relaxar nos nossos comportamentos”.

“Temos mesmo de continuar a usar da máscara, a manter o distanciamento físico e a higiene das mãos e a evitar contatos desnecessários”, alertou.

Disse que essa “disciplina é para manter mesmo depois da primeira e segunda dose da vacina, porque não há dados que a ciência possa comprovar que mesmo concluído o processo de vacinação não haja risco de transmissão”.

“Quem está vacinado sofrerá uma doença com menor gravidade, mas como tudo o que é novo precisamos de tempo para aprender. Ainda sabemos muito pouco e, por isso temos, como diria a minha avó, de olhar para este vírus com muito respeitinho, muita cautela e muito cuidado. Não podemos correr o risco das coisas se descontrolarem”, alertou.

À chegada à escola sede do agrupamento Muralhas do Minho, em Valença, o primeiro-ministro, foi vaiado por um grupo de pessoas que reclamavam a reabertura da fronteira com Espanha.

Os manifestantes chamaram “cobarde” a António Costa que não se dirigiu ao local onde se encontravam, entrando de imediato no estabelecimento de ensino.

Já à saída, António Costa aceitou conversar com uma delegação mas com sem a presença da comunicação social, tendo deixado Valença sob aplauso dos manifestantes.

Antes, ainda durante o discurso de inauguração da escola, o presidente da Câmara de Valença, Manuel Lopes, insistiu no tema da reabertura das fronteiras com a Galiza, apelo que lançou durante a cerimônia que assinalou a conclusão da modernização da Linha do Minho.

“Somos um concelho que recebia na Fortaleza cerca de dois milhões de visitantes, por ano, um concelho que tem a principal fronteira terrestre entre Portugal e Espanha, por onde circulam 25 mil veículos em média por dia. Senhor primeiro ministro permita-me relembrar a necessidade urgente de revermos o encerramento da fronteira e que tanto prejuízo causa a Valença e a ao país. Esta fronteira é nossa principal entrada e saída da Europa”, disse o autarca social-democrata.

Já o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues sublinhou a importância da requalificação na escola sede do agrupamento Muralhas do Minho para dizer que em abril de 1974 “existiam 26% de portugueses analfabetos”.

“Apenas 7% dos portugueses frequentavam o ensino pré-escolar, só cerca de 4 ou 5% chegavam ao ensino secundário e um número muito reduzido frequentava o ensino superior. Na década de 90, o abandono escolar era considerado natural”, referiu, apontando o contraste da realidade atual da escola pública.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.109.991 mortos no mundo, resultantes de mais de 147 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.965 pessoas dos 834.638 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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