Da Redação com Lusa
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, parte no domingo para a sua primeira visita ao Brasil, durante a qual participa na WebSummit Rio, reunindo-se ainda com o Presidente brasileiro, anunciou hoje o Governo.
Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro refere que Ulisses Correia e Silva será “o único líder africano como orador” na primeira edição da WebSummit Rio, “um dos maiores eventos de tecnologia do mundo e o primeiro na América Latina”, que vai decorrer no Rio de Janeiro, de 01 a 04 de maio.
“O chefe do executivo cabo-verdiano apresentará o tema ‘Transformação digital de uma nação’, no painel ‘Cimeira de Inovação Corporativa’, no dia 03 de maio, destacando a visão do seu executivo sobre como a tecnologia e a inovação podem transformar o futuro de um país com recursos limitados”, explica a nota.
Esta edição inaugural da WebSummit Rio prevê reunir, segundo a organização, “mais de 20.000 participantes, mais de 500 investidores e cerca de 750 ‘startups’”.
“Cabo Verde terá assim um primeiro contacto com o mercado latino-americano, representado por uma delegação composta por membros do Governo, instituições ligadas ao ecossistema de inovação e duas ‘startups’ selecionadas para representar o país”, acrescenta o comunicado.
A comitiva oficial é liderada pelo primeiro-ministro, que além de participar da Websummit terá um encontro bilateral na terça-feira com o Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
“O primeiro-ministro tem-se dedicado à criação de um ecossistema digital capaz de impulsionar o desenvolvimento de Cabo Verde. Tanto o é que implementou a plataforma ‘Cabo Verde Digital’ para fortalecer a comunidade das TIC e apoiar na criação de um ecossistema digital por meio da capacitação e empreendedorismo tecnológico”, esclarece o Governo.
“A iniciativa surge para dar seguimento a uma série de iniciativas públicas que inclui ações como escolas de codificação para jovens, bolsas de estudo para criar empresas e incentivos para atrair nômades digitais para o país”, acrescenta.
O encontro entre os dois chefes do Governo, em Brasília, vai permitir o reforço das relações políticas e de cooperação entre os dois Estados, “que têm uma longa história de parceria e colaboração com frequentes concertações político-diplomáticas”, seja “a nível bilateral seja no quadro multilateral”, através da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e Organização das Nações Unidas, “abordando os mais variáreis assuntos e de interesse comum”.
“A cooperação técnica entre Brasil e Cabo Verde tem-se estendido a várias áreas, nomeadamente administração pública, patrimônio público, saúde, educação, formação profissional, hotelaria, agropecuária, meio ambiente, direitos humanos e cooperativismo, incluindo ações concretas em defesa, segurança, formação de quadros e econômica/empresarial”, sublinha o Governo.
Trata-se da “primeira visita” ao Brasil de Ulisses Correia e Silva como primeiro-ministro – no cargo desde 2016 –, até 04 de maio.
“Após a sua visita ao Brasil, o primeiro-ministro partirá para Cabo Verde, fazendo uma escala em Portugal, onde, no dia 06, em Sines, visita a câmara municipal local, a sede da Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém, e se reunirá com as comunidades de Sines e arredores”, prossegue a nota.
Da agenda do líder do executivo cabo-verdiano no Brasil constam ainda uma palestra, na terça-feira, no Instituto Rio Branco, em Brasília, sobre “Segurança no Atlântico Sul”, um encontro com o prefeito de Niterói e um encontro com a comunidade residente no Rio de Janeiro.
“A comunidade cabo-verdiana no Brasil está bem integrada no tecido social brasileiro, atuando em diversos setores, como administração, academia, saúde e arte. A comunidade estimada em 3.000 integrantes, é constituída por emigrantes e descendentes, abrangendo médicos, historiadores, músicos, atores, professores universitários”, refere o comunicado.
“Os cabo-verdianos sempre estiveram presentes no Brasil, desde os primórdios da construção daquele país, tendo atingido o seu apogeu nos anos [19]80, com a chegada dos estudantes cabo-verdianos para frequentar o ensino superior”, recorda a nota.