Mundo Lusíada
Com agencias
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, afirmou em 04 de julho, após um encontro com Cavaco Silva, que compete ao Presidente da República fazer uma avaliação sobre a crise governativa e uma nova solução que apoie o executivo PSD/CDS-PP.
No final de uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, que se seguiu ao encontro que teve com o Presidente Cavaco Silva, Passos Coelho referiu que vai “procurar agora junto dos dois partidos [PSD e CDS] um reforço do apoio político ao Governo”.
“Como é sabido existe também da parte do senhor Presidente da República uma avaliação desta situação, que competirá ao senhor Presidente da República, evidentemente, pronunciar e não a mim”, declarou o chefe do Governo, que não respondeu a perguntas dos jornalistas
A Presidência esclareceu que Cavaco Silva não fez exigências relativamente a nomes que devessem integrar o executivo, segundo a Lusa. “A Presidência da República desmente que o Presidente tenha feito exigências relativamente a nomes que devessem integrar o executivo”, referiu a mesma fonte oficial.
No dia 05, vários jornais apontam versões contraditórias sobre se Cavaco Silva teria exigido a presença no Governo do líder do CDS-PP, Paulo Portas, numa solução para ultrapassar a crise aberta pela sua demissão do cargo de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
O primeiro-ministro e líder do PSD, e Paulo Portas já se reuniram três vezes desde a noite de quarta-feira, tendo o chefe de Governo afirmado que “será encontrada uma forma de poder garantir o apoio político do CDS ao Governo e nessa medida garantir a estabilidade política do país”.
Na terça-feira à noite, numa declaração ao país, Pedro Passos Coelho anunciou que tencionava manter-se como primeiro-ministro e disse que “seria precipitado” aceitar de imediato o pedido de demissão de Paulo Portas, pelo que não propôs a exoneração ao Presidente da República do ministro dos Negócios Estrangeiros.
Na quarta-feira, o secretário-geral do PS foi recebido em audiência pelo Presidente, no Palácio de Belém, ocasião em que defendeu a realização de eleições legislativas antecipadas a 29 de setembro próximo, ou seja, no mesmo dia das eleições autárquicas.
A oposição, liderada pelo Partido Socialista (PS), e a principal central sindical de Portugal (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – CGTP) querem que o governo se demita ou seja exonerado pelo presidente Cavaco Silva, que é do PSD. A intenção do PS, da CGTP e de todos os partidos de esquerda é que sejam antecipadas as eleições legislativas.
A partir do dia 08, Cavaco Silva recebe os partidos políticos com representação parlamentar. O Partido Ecologista “Os Verdes” será o primeiro a ser recebido em Belém, às 15:30, seguido do Bloco de Esquerda, às 16:30, e o PCP, às 17:30, depois de ter recebido o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no dia 04. As audiências com os restantes partidos com assento parlamentar – PS, CDS-PP e PSD – ainda não estão agendadas.
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