Da Redação
O Banco Mundial reviu de forma positiva as suas previsões de crescimento econômico para Angola, Cabo Verde e Moçambique em 2019 e 2020. Para Guiné-Bissau, Timor-Leste e Brasil as previsões foram revistas em baixa.
Segundo a ONU, a análise faz parte do mais recente relatório Perspectivas Econômicas Globais, divulgado em Washington.
Angola
A instituição confirmou que 2018 foi o terceiro ano consecutivo de contração da economia angolana, com queda de 1,8%, um desempenho 3,5 pontos percentuais menor do que o previsto anteriormente.
No entanto, o Banco Mundial aumentou as previsões para o crescimento do Produto Interno bruto, PIB, angolano em 2019. A economia deve crescer 2,9% no próximo ano, mais 0,7 pontos do que era esperado, e 2,6% em 2020.
A queda em 2018 deveu-se à redução na produção de petróleo. A recuperação deste ano deve ser motivada por uma “recuperação do setor petrolífero, com novos poços entrando em produção e uma retoma da atividade, com reformas impulsionando o ambiente de negócios.”
Moçambique
Para Moçambique, o Banco Mundial manteve a estimativa de crescimento de 2018, 3,3%. A instituição aumentou a sua previsão de 2019, para 3,5%, e de 2020, para 4,1%, uma correção de 0,5%.
A instituição deixa vários avisos para Moçambique, destacando o aumento do rácio entre dívida e PIB, que aumentou cerca de 50 pontos percentuais desde 2013, atingindo 102% no ano passado. No mesmo período, o Estado passou a gastar 16,5% das suas receitas com pagamentos de juros, quando gastava apenas 2,6%.
Em nota, o Banco diz que “a deterioração foi acompanhada por déficits crescentes, com a política fiscal permanecendo sem restrições em um cenário de preços de matéria-prima mais baixos e crescimento reduzido, e foi exacerbada pela inclusão em 2016 de dívidas comerciais anteriormente não divulgadas.”
No final de 2018, Moçambique estava classificado no Índice de Sustentabilidade da Dívida do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, FMI, ao lado de países como o Zimbabué, Sudão do Sul e Gâmbia.
Cabo Verde
De acordo com a estimativa do Banco Mundial, Cabo Verde deve ter crescido 4,5% no ano passado. O aumento corresponde a 0,3 pontos percentuais em relação à projeção anterior.
A tendência de aceleração do crescimento deve continuar. A instituição prevê que o país cresça 4,7% em 2019, mais 0,7% do que na última previsão, e 4,9% no ano seguinte, mais 0,9 do que era previsto.
Guiné Bissau, Timor-Leste e Brasil
No caso brasileiro, o Banco Mundial reduziu a expectativa de crescimento de 2018 de 2,4% para 1,2%. O Banco argumentou que incertezas políticas e a greve dos caminheiros, juntamente com o aumento das incertezas globais, contribuíram para isso.
Para 2019, reduziu a previsão de crescimento de 2,5% para 2,2%.
Quanto à Guiné-Bissau, o Banco Mundial está agora muito mais pessimista. A estimativa é que o país lusófono tenha crescido 3,9% no ano passado, menos 1,2% do que era previsto.
Em relação ao futuro, a instituição reduziu as suas previsões em 1% para 2019, descendo para 4,2%, e o mesmo valor para 2020, reduzindo para 4,4%.
Timor-Leste surge numa posição semelhante à da Guiné-Bissau, com quebras nas previsões de crescimento econômico comparativamente às efetuadas em junho de 2018.
Para 2018, o Banco Mundial prevê que o país tenha registado um crescimento econômico de 0,8%, uma contração de 1,4 pontos percentuais relativamente à previsão anterior, e que este ano cresça à taxa de 3,3%, menos 0,9%.
Mundo
Segundo o mesmo relatório, o crescimento econômico global deverá cair de 3% em 2018 para 2,9% em 2019.
A revisão em baixa, ainda que ligeira, deve-se ao abrandamento do comércio internacional e da atividade manufatureira. A instituição justifica ainda esta decisão com as elevadas tensões comerciais e com as pressões substanciais que algumas economias emergentes vivem nas praças financeiras.
Olhando apenas para as economias avançadas, o crescimento deve cair para 2% este ano.
A desaceleração da procura externa, o aumento dos custos dos empréstimos e as persistentes incertezas políticas contribuem para as novas previsões econômicas dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento.