AABRAPRECI/DIVULGAÇÃO >> Ministro Gomes Temporão e a Dra. Angelita Gama dentro do “intestino gigante”. |
Mundo Lusíada
A ocorrência do câncer vem se ampliando no mundo, sobretudo nas áreas de grande desenvolvimento industrial, assim como São Paulo. E são muitos os fatores que levam o aumento da incidência deste tipo de câncer. Muitos já conhecidos e alguns fatores ainda estão sendo desvendados.
Segundo os médicos, o tabagismo é um dos facilitadores em 30% das ocorrências de câncer no ser humano. Outro fator importante são os contaminantes industriais e principalmente os aplicados à alimentação, ou seja, corantes, edulcorantes e condimentos químicos, presentes nos alimentos semi-industrializados.
“Em toda oportunidade que temos, sempre recomendamos às famílias buscar alimentação conservada pelo frio” cita o Dr. Joaquim Gama, como a melhor conservação. Por isso a dica é evitar produtos defumados (que transforma gordura animal em substâncias altamente danosas à saúde) e saturados (substância contida em produtos embutidos como salame e linguiça), muito utilizados na Europa. “Essa modalidade, pouco a pouco, vai desaparecer quando a humanidade ver que é lesiva para saúde. Não é de uma geração para outra, leva em geral mais de um século para haver mudança de hábito” afirma Gama, apostando na responsabilidade de cada um. “Conforme o povo vai assumindo a responsabilidade na gestão da sua saúde, passa a fazer exigências”. Como exemplo, o médico citou a recente mudança nos restaurantes e bares de São Paulo, que agora proíbem fumar nos espaços públicos.
Outra questão abordada é como o estresse pode ser grave nesta área. Segundo o Dr. Gama, uma grande tristeza ou as perdas de entes queridos como filhos, cônjuge ou pais podem desencadear um câncer em um prazo de dois anos. Porém, ultrapassado o momento de sofrimento, desaparece o risco. Já aquele estresse por prazos e metas de trabalho, por correria do dia-a-dia e da profissão não é negativo, já que “este tipo de estresse é favorável para nos proteger, porque ajuda o sistema imunológico” explica.Apesar de não ser foco no caso do intestino, a bebida alcoólica também é um fator facilitador para câncer de estômago, pâncreas e fígado. O câncer de intestino é o terceiro tipo mais frequente e quinto em mortalidade em nosso meio. Mas é altamente curável, quando diagnosticado cedo.
Panorama no Brasil: Intestino GiganteSegundo os médicos, as campanhas de prevenção são de evolução lenta no Brasil. Mas o país vem tomando um papel de dianteira importante no cenário mundial, ao lado de países como Canadá, que sofreu influência direta da ABRAPECI.
Eles estiveram presentes no Congresso Mundial de Gastroenterologia em Montreal, 2004, quando montaram o Intestino Gigante, visto por 25 mil congressistas de vários países, primeiro país a receber o projeto brasileiro. “O projeto ficou emprestado por meses, hoje o Canadá resolveu construir o Intestino Gigante nos moldes do brasileiro” diz Joaquim Gama, quem cedeu todas as informações, traduzidas para o inglês e francês. “A partir daí, a sociedade científica canadense se entusiasmou a combater o câncer de forma muito eficiente”, e dois anos depois, o governo aprovou uma verba expressiva para este combate.
“Para o Brasil, temos que fazer campanhas de esclarecimento público, para evitar os reconhecidos fatores de risco para este tipo de câncer, e fazer a prevenção”. O projeto brasileiro conta com apoio do Ministério da Saúde, na atual gestão do ministro José Gomes Temporão, juntamente com o Hospital Oswaldo Cruz.
O Intestino Gigante já esteve exposto no Ibirapuera, em São Paulo, no Hospital das Clínicas, além de Recife, Goiânia, Maceió e outros. Agora, ele está sendo remontado no Parque da Mooca, na capital. Ele fica exposto por cerca de 15 dias e sempre conta com lideranças regionais, como o empresário português da Mooca, Benjamin Sequeira Barreira, além de políticas e religiosas que ajudam a mobilizar a população.
Este é um projeto voltado para pessoas na faixa etária dos 50 anos, fase em que é possível diagnosticar o tumor antes que esteja dando sintomas. O exame é feito por colonoscopia, quando é possível encontrar o pólipo, um pequeno cogumelo que antecede a doença, que se não retirado, em cerca de 5 anos pode virar um câncer de intestino. Já com os jovens, a intenção é ensinar a prevenir para não ter a doença aos 60 anos. “A população precisa estar ciente se quiser se aproveitar de uma oportunidade única, e introduzir-se num programa de prevenção”.
O programa oferece exame para as pessoas que concordarem em realizá-lo e, sem ônus para a população, em casos de cirurgia o Hospital Oswaldo Cruz acolhe estes casos que integram o programa do SUS (Sistema Único da Saúde). Saiba mais em www.abrapreci.org.